Jorge Wagner, o amuleto do Kashiwa
(FIFA.com) Quinta-feira 3 de novembro de 2011
Quando
anunciaram a contratação de Jorge Wagner no final de 2010, os
dirigentes do Kashiwa Reysol talvez nem pudessem imaginar. Mas, até mais
do que assinar com um jogador polivalente e com grande experiência,
eles haviam acabado de trazer para o clube uma espécie de amuleto da
sorte dos mais eficazes, capaz de alçar quase todas as equipes por onde
passa a títulos de primeira linha.
“É verdade, sempre fui campeão por onde estive”, confirma o meia em entrevista ao FIFA.com.
“Mas acho que foi um pouco de sorte também, não?”, brinca. Com ajuda do
acaso ou não, o brasileiro de 32 anos ostenta um currículo invejável,
com ao menos 12 títulos por seis equipes diferentes – entre eles uma
Libertadores com o Inter (2006) e três nacionais com São Paulo (2007 e
2008) e Lokomotiv Moscou (2004) –, podendo agora provar mais do que
nunca a fama de pé quente.
Afinal, o
modesto Kashiwa Reysol de Jorge Wagner vem conseguindo algo improvável:
deixar a segunda divisão em 2010 para brigar diretamente pelo título da J-League
neste ano. Restando três rodadas para o fim da temporada, a equipe
aparece na liderança com dois pontos a mais que o tradicional Gamba
Osaka. “Claro que a gente sonhava, mas sabia que ia ser difícil por
causa da concorrência. É complicado sair da segunda divisão e já
disputar o título”, explica. “Somos uma equipe em formação e sabemos dos
nossos limites. Mas fomos acreditando aos poucos e conquistando o
respeito dos rivais. Esse foi o segredo.”
Sem
qualquer tipo de magia, o Kashiwa surpreende sim pelo trabalho sério e
bem feito desde a campanha do título da segunda divisão, agora liderado
por um jogador que se acostumou a “acertar” as equipes pelas quais
atuou. E isso sem nunca ser a estrela. “Nunca fiz questão disso, pelo
contrário. Penso no grupo, no trabalho geral e por isso talvez tenha
vencido tanto."
Assistências e gols
Jorge Wagner fez isso tudo sem ser estrela, mas ajudando os companheiros a marcar os gols com suas cobranças de escanteios e cruzamentos cheios de veneno. Esta foi sempre sua principal característica nos diversos clubes em que atuou. No Kashiwa, a eficiência e o altruísmo também vêm sendo fundamentais, mas é até de uma forma mais direta que ele tem se destacado. “Aqui, estou vivendo uma fase de artilheiro. É um outro tipo de alegria marcar gols”, aponta o meia, que, após os quatro das últimas rodadas chegou a dez gols na temporada, ficando, no clube, somente atrás de Junya Tanaka, com 12, e do brasileiro Leandro Domingues, com 13.
Jorge Wagner fez isso tudo sem ser estrela, mas ajudando os companheiros a marcar os gols com suas cobranças de escanteios e cruzamentos cheios de veneno. Esta foi sempre sua principal característica nos diversos clubes em que atuou. No Kashiwa, a eficiência e o altruísmo também vêm sendo fundamentais, mas é até de uma forma mais direta que ele tem se destacado. “Aqui, estou vivendo uma fase de artilheiro. É um outro tipo de alegria marcar gols”, aponta o meia, que, após os quatro das últimas rodadas chegou a dez gols na temporada, ficando, no clube, somente atrás de Junya Tanaka, com 12, e do brasileiro Leandro Domingues, com 13.
“Mas continuo dando assistências e fico feliz também. No penúltimo jogo (contra o Sanfrecce Hiroshima)
foram duas. O que importa é ver a equipe se dando bem no fim”, indica
ele, que chegou como lateral esquerdo antes de decolar mesmo no meio de
campo, em mudança imposta pelo treinador Nelsinho Baptista. “O Nelsinho
me deu liberdade para atacar, e isso deu certo. Ele sempre valorizou os
jogadores e implantou uma mentalidade vencedora. Disse que a gente podia
ser campeão e que devia acreditar, o que influenciou bastante no
geral”, garante. “O time teve uma boa ascensão depois de cair, e isso é
porque acreditaram no projeto e no trabalho da comissão técnica.”
Sonho duplo
Com o campeonato chegando ao fim, não é apenas a esperança de colocar mais um troféu no currículo que mexe com Jorge Wagner. Neste último mês, a disputa será dupla e também envolverá uma vaga na Copa do Mundo de Clubes da FIFA Japão 2011, já que o campeão do país anfitrião entrará na disputa ao lado de Barcelona, Santos e outros campeões continentais.
Com o campeonato chegando ao fim, não é apenas a esperança de colocar mais um troféu no currículo que mexe com Jorge Wagner. Neste último mês, a disputa será dupla e também envolverá uma vaga na Copa do Mundo de Clubes da FIFA Japão 2011, já que o campeão do país anfitrião entrará na disputa ao lado de Barcelona, Santos e outros campeões continentais.
Uma
possibilidade que faz até o calmo baiano de Feira de Santana se exaltar
e nem mesmo reclamar da possibilidade de perder o verão brasileiro para
ficar uns dias a mais no inverno japonês. “Nosso principal objetivo é
mesmo o título. Só penso nesses quatro jogos. As férias no Brasil
ficam para depois”, brinca. “Temos uma possibilidade muito grande de
estar no Mundial da FIFA em dezembro. É algo que faz parte dos meus
planos e dos da equipe.”
Se a sorte de
Jorge Wagner estiver em dia, já vai ter torcedor do Kashiwa garantindo
com antecipação as passagens para Yokohama... e ainda com a esperança de
encarar uns jogos sob um sol de 30ºC.