Carmicheal, com fome de gols
(FIFA.com) Quarta-feira 22 de junho de 2011
Quando o relógio marcar seis horas da tarde na cidade de Torreón, norte do México, e a aguardada partida entre Nova Zelândia e República Tcheca começar, todos os olhares estarão voltados para um jovem que já deu claros sinais de um futuro brilhante.
No jogo de estreia dos neozelandeses contra o Uzbequistão, o meia Stephen Carmicheal marcou três gols na vitória fácil da sua seleção por 4 a 1. Com o resultado, o país oceânico precisa somente empatar os seus dois jogos restantes no Grupo D — diante dos tchecos e dos americanos — para garantir classificação às oitavas de final.
No início do jogo, os uzbeques atacaram com comodidade e deram mostras de que passariam sem problemas pelos adversários. Mas Carmicheal tinha outros planos. O seu primeiro gol — um belo chute cruzado de dentro da grande área, que deixou o goleiro Ganisher Kholmurodov imóvel — conteve o ânimo dos asiáticos e marcou o ritmo do resto do jogo.
"Os gols foram muito importantes para mim, foram os meus primeiros pela seleção", disse o meia. "Mas o placar foi resultado do esforço coletivo. Desde que nos classificamos para a Copa do Mundo, estamos trabalhando duro, treinando e insistindo até o último detalhe. A vitória vem com uma boa preparação e uma execução melhor ainda."
Mas Carmicheal estava apenas esquentando quando abriu o marcador. No fim do primeiro tempo, veio o segundo gol: depois de chutar sobre o goleiro, o próprio meia pegou o rebote, ganhou na raça dos zagueiros e chutou para o gol livre. O ânimo do conjunto foi outro depois daquele momento. O Uzbequistão até chegou a descontar três minutos mais tarde, mas os neozelandeses foram para o intervalo acreditando que poderiam vencer.
Foi o suficiente para que o garoto se animasse a buscar o seu terceiro gol na mesma partida de uma Copa do Mundo da FIFA, façanha um tanto rara. E não demorou que isso acontecesse: aos oito do segundo tempo, ele recebeu um cruzamento da esquerda na área e completou sem marcação.
"Foi uma sensação incrível", afirmou Carmicheal. "Marcar três gols em uma Copa do Mundo é um feito enorme, mas a minha prioridade eram a vitória e os três pontos, para chegarmos às oitavas. Estava no lugar certo, na hora certa. No segundo e no terceiro gol, foi uma questão de pôr em prática o que aprendemos nos treinos. Dedico o que consegui a todo o grupo, porque isso só aconteceu por causa do esforço coletivo que fizemos em campo."
O garoto-prodígio do Central United da Nova Zelândia foi o 25º a atingir a marca tripla em uma mesma partida válida pela Copa do Mundo Sub-17 da FIFA. Assim, entrou para uma lista de nomes ilustres, na qual aparecem o nigeriano Nwankwo Kanu (1993) e o espanhol David Silva (2003).
Nascido no dia 28 de março de 1994, Stephen Carmicheal sonha em jogar por um clube europeu. Depois da atuação contra os uzbeques, a realização do sonho poderá não demorar. "É claro que quero jogar na Europa", afirmou. "Gostaria de fazer parte de um clube que joga bonito, que encanta as pessoas, e acho que o Arsenal é esse time. Lá, eles têm um jeito próprio de fazer as coisas. Mas também não quero que isso demore muito. Seria demais ter a chance de jogar ao lado de Cesc Fàbregas, o meu ídolo. Ele é um líder em todos os sentidos da palavra. Tem uma personalidade própria e sabe fazer de tudo dentro de campo, inclusive marcar gols."
Para Carmicheal, os jogos contra a República Tcheca e os Estados Unidos serão verdadeiros desafios, mas também boas oportunidades. "Com certeza, são duas partidas importantes", disse o meia. "Voltar a fazer gols neste torneio também seria incrível. Tomara que eu tenha essa chance."
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