Nos dez últimos torneios, apenas dois times conseguiram conquistar duas vezes o título do Campeonato Argentino — o Vélez Sarsfield foi um deles ao erguer o troféu desta temporada com uma rodada de antecipação. A coroação da equipe de Liniers foi apenas uma das grandes notícias de um Clausura 2011 que marcou a despedida de Martín Palermo e a primeira vez em que o River Plate precisará disputar a tão temida "Promoción", um confronto de repescagem contra um time da segunda divisão para evitar o rebaixamento. O FIFA.com relembra um semestre cheio de emoções fortes.
Vélez Sarsfield
O pódio
   O Vélez Sarsfield confirmou a condição de melhor equipe do país na atualidade ao conquistar o seu oitavo título nacional. As 12 vitórias, três empates e quatro derrotas foram suficientes para os comandados de Ricardo Gareca comemorarem o triunfo ainda na penúltima rodada ao baterem o Huracán, mesma equipe que haviam derrotado na sua volta olímpica anterior, no Clausura 2009. Mesmo disputando paralelamente a Copa Libertadores até a fase semifinal, a equipe teve o melhor ataque do campeonato nacional, com 36 gols, e liderou a soma da pontuação anual com 13 pontos de vantagem sobre o Estudiantes.
  O vice-campeão do Clausura 2011 foi o Lanús do técnico Gabriel Schurrer. O time da periferia de Buenos Aires, vencedor em 2007, esteve perto de conquistar o segundo título da história, mas acabou pagando caro por um início de campanha vacilante. O Godoy Cruz, na primeira passagem do treinador uruguaio Jorge da Silva pelo futebol argentino, terminou em terceiro.
As surpresas
   Poucos esperavam campanhas tão boas de Olimpo e All Boys, duas equipes provenientes da segunda divisão e que lutavam por permanecer na categoria. Com coragem e ousadia, os dois times alcançaram o seu objetivo. O All Boys acumulou 25 pontos no Clausura e afastou o rebaixamento na penúltima rodada, enquanto o time de Bahía Blanca, com 30, terminou na quarta colocação.
As decepções
   Como de costume nos últimos anos, as equipes tradicionais fizeram feio. Dos cinco "grandes", nenhum ganhou mais de sete partidas. O Independiente, o melhor deles, terminou na sexta colocação. Os casos mais chamativos foram os do Boca Juniors e do River Plate. Os "xeneizes" fizeram grandes contratações, mas terminaram em sétimo e não conseguiram nem classificação para a Copa Sul-Americana. Já os "milionários" acabaram em quinto na tabela anual, mas pagaram caro pelas campanhas anteriores e pelo pior ataque da história do clube. Agora precisarão disputar um confronto de repescagem para evitar o rebaixamento. Racing e San Lorenzo, por sua vez, não superaram a 14ª posição.
Boca Juniors
River Plate












Os protagonistas
   Começando pelos artilheiros Javier Cámpora e Teófilo Gutiérrez, o torneio teve diversos jogadores de destaque. O meia-atacante David Ramírez, recém-contratado pelo Vélez, foi o goleador da equipe campeã apesar de ter começado no banco a maioria das partidas. Ainda no conjunto de Liniers, Marcelo Barovero fez bonito na defesa da meta e Ricardo Álvarez foi a revelação do certame no meio-de-campo. Entre os ocupantes do pódio, Diego Valeri exibiu o seu talento pelo vice-campeão Lanús e Carlos Sánchez e Diego Villar definiram o ritmo de jogo do terceiro colocado Godoy Cruz. O futebol de Cristian Chávez pelo Boca e os gols de Facundo Parra pelo Independiente também foram destaque.

O goleador
   A artilharia teve dois líderes inesperados: Javier Cámpora, do Huracán, e Teófilo Gutiérrez, do Racing, com 11 gols cada um. O goleador do Huracán já havia demonstrado o seu valor em 2005 pelo Tiro Federal, mas surpreendeu em uma equipe que precisará ganhar um jogo extra para ainda ter direito a disputar a repescagem contra o rebaixamento. Já o colombiano do Racing chegou ao país no meio do torneio e sem realizar pré-temporada.
Você sabia?
   O Clausura 2011 marcou a aposentadoria de Martín Palermo, quinto maior goleador da história do profissionalismo argentino, com 227 gols. Como prêmio, a diretoria do Boca lhe ofereceu um presente muito especial: uma das metas da Bombonera.
A frase marcante
   "Sabemos que existe uma polêmica sobre quem são os grandes do futebol argentino e não podemos fazer nada quanto a isso. Mas, da nossa parte, achamos que o Vélez tem méritos suficientes para integrar esse grupo. Estamos convencidos de que é um grande."
Ricardo Gareca, treinador do Vélez Sarsfield