As novas caras do futebol francês
(FIFA.com) Quinta-feira 19 de maio de 2011
Os times da França estão acostumados a vender os seus melhores jogadores para os principais clubes da vizinhança. Por conta disso, as portas estão sempre se abrindo para os mais jovens. E como talento não depende de idade, alguns deles não perderam tempo e já adquiriram brilho próprio.
Embora a seleção do campeonato ainda não esteja definida, qualquer treinador gostaria de contar com a segurança de Mamadou Sakho na defesa, a visão de jogo de Yann Mvila e os passes de Marvin Martin no meio, a versatilidade de André Ayew no ataque — quatro garotos que mal completaram 20 anos e já são os grandes destaques do futebol francês.
Para Mamadou Sakho, homem forte da defesa do Paris Saint-Germain, ser apontado como um dos melhores zagueiros da Ligue 1 já se tornou um hábito. Apesar dos 21 anos de idade, ele desfila o seu 1,87m de altura pelos gramados franceses há mais de quatro anos. "Nasci em Paris e tenho a sorte de poder jogar no Parc des Princes", diz o defensor, lançado nos profissionais pelo técnico Paul Le Guen em 2007, com 17 anos recém-completados. "Eu ia ao estádio quando era pequeno, ficava lá em cima e via os jogadores em miniatura. É por isso que sempre dou o meu máximo em campo."
Hoje ele enxerga o gramado muito mais de perto, mas a visão continua à distância, desta vez na Polônia e na Ucrânia, sedes da Eurocopa de 2012. Convocado regularmente para a França de Laurent Blanc, Sakho acredita que a participação nas eliminatórias da competição se refletiu no PSG. "Acho que a seleção teve um efeito psicológico em mim", reconhece, tentando explicar o ótimo futebol que exibiu em 2010/11. "Foi a minha quarta temporada no Campeonato Francês. Quando você consegue ter uma sequência de partidas, fica mais fácil jogar bem e ser eficiente."
Passando à frente
Já o volante Yann M’Vila vinha da sua temporada de estreia quando o Rennes entrou em campo para iniciar a atual campanha. As atuações dele no Campeonato Francês, porém, foram suficientes para convencer a torcida de que o clube tinha em mãos um diamante bruto, que o técnico Frédéric Antonetti se dedicou a polir, prevendo inclusive uma convocação para a África do Sul 2010. No final, o jogador foi incluído "apenas" na lista de 30 pré-convocados, ficando de fora do grupo final. Mas não por muito tempo.
Já o volante Yann M’Vila vinha da sua temporada de estreia quando o Rennes entrou em campo para iniciar a atual campanha. As atuações dele no Campeonato Francês, porém, foram suficientes para convencer a torcida de que o clube tinha em mãos um diamante bruto, que o técnico Frédéric Antonetti se dedicou a polir, prevendo inclusive uma convocação para a África do Sul 2010. No final, o jogador foi incluído "apenas" na lista de 30 pré-convocados, ficando de fora do grupo final. Mas não por muito tempo.
Em agosto de 2010, Blanc promoveu a estreia de M’Vila com as cores nacionais e fez dele um dos pilares do seu trabalho de renovação dos Bleus. O volante correspondeu tanto no clube quanto na seleção, ajudando o Rennes a brigar por uma vaga nas competições europeias e a França a limpar a imagem manchada no Mundial. Na vitória por 2 a 0 sobre Luxemburgo, em março, foram nada menos que 124 passes certos em 134 efetuados, um recorde no selecionado. Eficiente tanto na recuperação de bolas quanto na distribuição de jogo, M’Vila brilhou igualmente na liga francesa, chegando a acertar cem passes em partida recente contra o Valenciennes.
Passar, aliás, é uma arte que Marvin Martin pode se orgulhar de dominar. Praticamente desconhecido no início da temporada, o meia de 23 anos assumiu o papel de garçom do Sochaux e fez fama. A duas rodadas do final do campeonato, já serviu os companheiros 16 vezes e ainda tenta ajudar a equipe, ameaçada de rebaixamento há até poucos meses, a conquistar uma vaga na Liga Europa do ano que vem.
Perto de bater o recorde de Jérôme Rothen, autor de 18 assistências pelo Monaco na temporada 2002/03, Martin reconhece que a inspiração vem de outro mestre da especialidade. "O meu jogador preferido é o Xavi. Admiro o seu futebol de constante movimentação e o fato de ele praticamente não perder a bola. Adoro vê-lo jogar, é excepcional." Se ainda tem um longo caminho a percorrer para chegar ao nível do ídolo, o meia pelo menos está prestes a suceder Lucho González, do Olympique de Marselha, como o melhor passador do Campeonato Francês.
Em nome do pai
Tudo porque o astro argentino se viu ofuscado por um garoto de 21 anos. Até o início da temporada, o franco-ganês André Ayew era mais conhecido por ser filho da lenda do futebol africano Abedi Pelé do que por suas próprias atuações. Depois de uma discreta passagem pela segunda divisão francesa, emprestado ao Arles-Avignon, e uma Copa do Mundo da FIFA 2010 deslumbrante com a seleção de Gana, ficou difícil saber qual era o verdadeiro futebol do meia.
Tudo porque o astro argentino se viu ofuscado por um garoto de 21 anos. Até o início da temporada, o franco-ganês André Ayew era mais conhecido por ser filho da lenda do futebol africano Abedi Pelé do que por suas próprias atuações. Depois de uma discreta passagem pela segunda divisão francesa, emprestado ao Arles-Avignon, e uma Copa do Mundo da FIFA 2010 deslumbrante com a seleção de Gana, ficou difícil saber qual era o verdadeiro futebol do meia.
A resposta veio alguns meses depois: Ayew é o grande nome do Olympique de Marselha. Campeão da Copa da Liga e ainda na briga por seu primeiro título francês, a joia da seleção ganesa já suscita a cobiça dos clubes mais poderosos da Europa, mas prefere não queimar etapas. "Este foi o primeiro ano em que pude disputar várias partidas e realmente evoluir", explica o jogador, que divide o vestiário com o irmão mais novo, Jordan. "Foi importante encontrar um clube como o Olympique de Marselha, onde há grandes jogadores com quem posso aprender. Eu precisava passar por essa etapa para continuar a crescer."
Crescer, uma palavra que não sai da cabeça de Sakho, Mvila, Martin e Ayew. E que serve também para lembrar que os novos astros do futebol francês ainda são apenas garotos...
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