CR7 e Kaká param na muralha Neuer, e Bayern elimina o Real nos pênaltis
Craque português marca duas vezes no tempo normal, mas perde o seu na disputa final. Alemães decidirão a Champions contra o Chelsea em casa
Por pouco Iker Casillas também não foi herói. O arqueiro espanhol defendeu duas cobranças dos bávaros, mas Alaba, Mario Gómez e Schweinsteiger deram números finais a uma emocionante e exausta semifinal. O holandês Arjen Robben, que não participou da disputa final, marcou no primeiro tempo, justamente de pênalti. Agora, resta aos merengues concentrarem os seus esforços no Campeonato Espanhol, competição na qual lideram com sete pontos de vantagem para o arquirrival Barcelona, que também se despediu da Champions nesta semana.
Robben marcou para o Bayern de Munique no tempo normal: bávaros na final (Foto: Ag. Reuters)
Início avassalador
Em um cenário próximo do ideal para o Real Madrid, o time conseguiria reverter a vantagem do Bayern de Munique com 15 minutos de jogo. Foi exatamente o que aconteceu em um Santiago Bernabéu pulsante. A torcida comprou o barulho e fez do seu estádio uma arma que funcionou - ao menos no início.
Prova disso foi o pênalti marcado logo aos cinco minutos, pouco depois de Khedira quase marcar. Di María recebeu lançamento de Marcelo e acertou chute de primeira. A bola bateu no braço de Alaba, mas a pressão foi tamanha que o árbitro húngaro Viktor Kassai apontou para a cal. Cristiano Ronaldo não repetiu Lionel Messi na véspera e cobrou com categoria, desviando de Neuer: 1 a 0.
O Bayern, é claro, concentrava suas forças no ataque. A resposta quase foi instantânea, mas o holandês Arjen Robben perdeu gol inacreditável após cruzamento de Alaba, aos sete, já na pequena área. Aos 11, foi a vez de Mario Gómez chutar da entrada da área e obrigar Casillas a espalmar. Ribéry tentou completar no rebote, mas Khedira salvou com um carrinho.
Mourinho sabia do perigo que corria e chamou Cristiano Ronaldo para uma rápida conversa. A expressão do treinador foi clara: segurar a bola, ter calma, como o craque português havia pedido depois de fazer o gol da vitória diante do Barcelona, no sábado, ainda que ironicamente. E não é que deu certo? Aos 14, Özil encontrou Cristiano com passe espetacular. O luso não perdoou e fez o segundo dele e dos merengues.
Com dois gols no tempo normal, Cristiano Ronaldo teria tudo para ser o melhor em campo... (Foto: AFP)
No lá e cá, melhor para o Bayern
A vantagem àquela altura já era mais do que o suficiente para os donos da casa avançarem à final. Os bávaros, então, avançaram mais a marcação e continuaram chegando com perigo. Em um contra-ataque, aos 25, Benzema quase ampliou - a bola ficou viva na grande área até que Neuer pudesse afastar.
Seria uma injustiça, principalmente pelo que apresentavam os alemães. Não à toa chegariam ao gol no minuto seguinte. Lahm cruzou para Mario Gómez, que caiu na grande área entre os zagueiros do Real. O árbitro marcou pênalti de Pepe. Robben se encarregou da cobrança e diminuiu, ainda que Casillas e a trave quase tenham evitado.
Marcelo tenta levar o Real ao ataque: lateral
brasileiro teve boa atuação (Foto: Getty Images)
brasileiro teve boa atuação (Foto: Getty Images)
O "lá e cá" seguiu até o fim da primeira etapa fazendo os torcedores viverem um misto de emoções. Aos 30, Benzema fez boa jogada pela esquerda e chutou forte. Neuer afastou com os olhos. Depois, aos 33 e 46, foi Casillas quem apareceu em finalizações de Gómez e Robben, de falta. Era um jogaço, para o deleite de Vicente del Bosque e Joachim Löw, técnicos das seleções da Espanha e Alemanha, presentes nas tribunas do Bernabéu.
Cautela x emoção
A partida seguiu em carregada de tensão no segundo tempo, o que refletia no comportamento dos torcedores, menos participativos. Mas em campo era mais do mesmo: lá e cá. Aos dois, Lahm cruzou da direita e Gómez cabeceou forte. A bola passou raspando a trave direita de Casillas. Aos dez, no entanto, foi Benzema quem encontrou espaço e concluiu para a defesa de Neuer.
O tempo foi passando e o jogo virou sinônimo de cautela. O Real sabia que sofrer um gol poderia ser fatal, assim como para o Bayern exagerar nos espaços não pareceria boa ideia. Sem se comprometer, os merengues atacavam com chutes de média distância, principalmente nas faltas de Cristiano Ronaldo.
Mourinho pôs Kaká restando pouco mais de 15 minutos para o fim do jogo. Fez também o papel de incentivador ao puxar aplausos das arquibancadas. O Real tentou responder em campo, mas não conseguiu - muito por conta do cansaço de Cristiano Ronaldo, que se desdobrava entre ataque e marcação. E ainda viu Pepe & companhia se segurarem lá atrás quando Mario Gómez recebeu de Robben e foi travado, aos 41. Era noite de prorrogação.
O brasileiro Luiz Gustavo vigiou de perto o craque português em boa parte do jogo (Foto: Ag. EFE)
Cansaço domina tempo extra
A prorrogação pôs em campo mais um elemento: a condição física. Cansado, Ribéy deu lugar a um renovado Müller. O Bayern pôde se dar ao luxo de realizar sua primeira substituição no tempo extra depois de ter poupado oito titulares no fim de semana. O Real, enquanto isso, lutava contra todo tipo de fadiga. E o primeiro tempo não teve um grande lance sequer de emoção.
O cansaço merengue era maior, mas a postura foi ainda mais ofensiva nos minutos finais de jogo. O problema é que não havia ninguém inspirado que pudesse resolver - Kaká, inclusive, tirava a paciência dos torcedores ao cometer seguidos erros. Aos 10 (ou 115), o brasileiro acertou o cruzamento, mas Granero se enrolou e desperdiçou grande oportunidade ao se jogar tentando cavar um pênalti. O árbitro não caiu na do meia, mas no fim foram as penalidades que decidiram.
Cristiano Ronaldo e Kaká perdem pênaltis, e Bayern vence
Após pouco menos de cinco minutos de descanso, os dois times foram para os pênaltis. Alaba converteu a primeira. Cristiano Ronaldo, que vinha de 25 pênaltis seguidos sem perder, pegou a bola e... Bateu fraco, permitindo a defesa de Neuer. Na sequencia, Mario Gomez fez 2 a 0 para o Bayern.
Kaká, que entrou no segundo tempo, tinha a chance de diminuir, mas acabou telegrafando o canto (o mesmo de CR7) e Neuer, mais uma vez, defendeu. Quando tinha a chance de praticamente acabar com fatura, Kroos chutou rasteiro sem força e Casillas fez a defesa.
Xabi Alonso, na terceira cobrança do Real, finalmente marcou. Logo depois, Lahm bateu com uma “pequena” cavadinha e Casillas salvou sem problemas. 2 a 1 para o Bayern. O zagueiro Sergio Ramos partiu para a quarta cobrança do Real e mandou para fora. Schweinsteiger, então, tinha a chance de garantir o Bayern na decisão em casa. E não a desperdiçou. Com força, deslocando Casillas, colocou no fundo da rede, calou o Bernabéu e fez a festa do Bayern.
Casillas, Arbeloa, Pepe, Sergio Ramos e Marcelo; Khedira, Xabi Alonso; Di María (Kaká), Özil (Granero) e Cristiano Ronaldo; Benzema (Higuaín). | Neuer, Lahm, Boateng, Badstuber e Alaba; Schweinsteiger e Luiz Gustavo; Robben, Kroos e Ribéry (Müller); Gómez. |
Técnico: José Mourinho. | Técnico: Jupp Heynckes. |
Gols: Cristiano Ronaldo, aos seis, e aos 14 minutos, e Robben, aos 27 minutos do primeiro tempo. | |
Cartões amarelos: Alaba, Robben, Luiz Gustavo, Badstuber (Bayern); Pepe, Arbeloa, Granero (Real Madrid). | |
Estádio: Santiago Bernabéu (Madri). Data: 25/04/2012. Árbitro: Viktor Kassai (Hungria). |
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