Veterano aos 26 anos, Diego chega a uma década como atleta profissional
Craque no Santos, ídolo na Alemanha e decepção na Itália, meia do Atlético de Madri se diz feliz com carreira, mas mostra leve decepção com Dunga
"Ao longo dos anos eu cometi erros e acertos. Mas sou completamente satisfeito com tudo que aconteceu"
Diego
Precoce é a melhor palavra para definir a trajetória de Diego no futebol. Profissionalizado pelo Santos com apenas 16 anos, aos 17 foi a principal figura do título brasileiro de 2002 – quando virou febre nacional ao lado de Robinho. Chegou à Seleção Brasileira principal e foi campeão da Copa América com 19. Aos 20, já na Europa, tinha o Mundial Interclubes conquistado pelo Porto no currículo.
Neste período, viveu também a sua maior frustração, aos 18, com a eliminação no Pré-Olímpico para Atenas-2004. Tantas histórias fizeram o tempo passar voando e transformaram o meia em um veterano de 26 anos. No último dia 20, ele completou dez anos como jogador profissional, uma retrospectiva do atual camisa 22 colchonero.
Ídolo no Santos e no Werder Bremen, decepção no Juventus e no Wolfsburg, e com uma passagem regular pelo Porto, Diego vive em seu quarto país em oito anos de Europa. No Velho Continente, chegou a fazer parte da lista dos melhores do mundo em 2009, mas logo depois não teve sucesso no sonho de jogar na Itália. Alegrias e frustrações que fazem do meia um homem satisfeito com a história escrita ao longo da última década.
- Sempre fui muito ambicioso, sempre acreditei no meu potencial. Sabia que as coisas iriam acontecer, mas aconteceram mais rápido que o esperado. É claro que ao longo dos anos eu cometi erros e acertos. Uns fazem mais diferença do que os outros, mas no geral encaro tudo como positivo. Sou completamente satisfeito com tudo que aconteceu.
Diego comemora 10 anos de carreira (Foto: Cahê Mota)
A satisfação de Diego não é completa, no entanto, por uma “dívida”: disputar uma Copa do Mundo.
- Nesses dez anos, quase tudo que eu sonhava aconteceu. Só falta uma Copa. É um sonho que tenho, ainda não realizei e trabalho com esse pensamento. É minha motivação.
Os altos e baixos com a Seleção Brasileira, inclusive, entraram em pauta na entrevista, na qual Diego deixou clara a insatisfação com o tratamento recebido por Dunga, analisou a importância de sua geração para o surgimento de craques como Neymar, no Santos, e falou do desafio de reerguer o Atlético de Madri ao lado de Falcao Garcia e Simeone, além de explicar as passagens ruins por Juventus e Wolfsburg. Confira abaixo todo o bate-papo com o meia que estreou profissionalmente no dia 20 de janeiro de 2002 na vitória por 3 a 0 do Santos diante do América/RJ pelo torneio Rio-São Paulo.
Diego em ação pelo Atlético (Foto: EFE)
Depois de uma temporada não muito legal no Wolfsburg, até com algumas polêmicas, você tem tido boas atuações no Atlético de Madri. Mesmo com a equipe não tão bem, você tem sido elogiado. Podemos dizer que se encontrou novamente?
Diego: Até agora as coisas têm acontecido de uma forma maravilhosa. A última temporada talvez tenha sido uma das mais importantes da minha carreira. Foi de muito aprendizado no Wolfsburg, com a novidade de brigar contra o rebaixamento. Eu, como principal contratação, tive uma responsabilidade nisso. Quando o resultado é ruim, tudo vai mal. Foi um ano de erros, acertos e aprendizado. Agora, estou na Espanha, um lugar onde sempre sonhei jogar. A Liga é maravilhosa, o Atlético é um clube grande, de tradição, e tudo tem ido bem. É verdade que, pelos jogadores que temos, podemos melhorar como a posição na tabela. E temos feito isso. Estamos nos caminho certo. Sinto o carinho de todos em Madri. Estou feliz.
Foi um ano de erros, acertos e aprendizado"
Diego sobre passagem no Wolfsburg
O futebol praticado na Espanha casa mais com seu estilo?
Favorece. Todas as equipes aqui têm o estilo técnico de jogar, e isso ajuda. Mas o mais importante é o time que você joga saber usar suas qualidades. Isso influencia muito. Foi o que aconteceu comigo na própria Alemanha. Mesmo com um estilo mais defensivo, mais difícil para o jogador técnico, eu atuava em uma equipe que me favorecia, que foi o Werder Bremen. Então, mais do que o estilo do país, o importante é a sua equipe. No Atlético tem sido assim.
E Madri? Como tem sido a sua vida, já está totalmente à vontade?
A cidade é maravilhosa. A Espanha tem muitas coisas parecidas com o Brasil. Madri é espetacular. Tudo acontece de segunda a segunda. Isso é muito bom. Minha família, esposa e filhos estão muito satisfeitos, e comigo não é diferente. Meu dia a dia é de treino, e sempre que possível dou uma volta de carro com minha família, vamos a restaurantes. Faço churrasco com amigos quando possível. Essa tem sido minha vida aqui. Muito agradável.
Diego comemora gol pelo Atlético de Madri (Foto: EFE)
Você é de uma geração que acompanhou bem de perto o Simeone como jogador, e ele sempre foi marcado por polêmicas, chamado de violento... Como tem sido a convivência com ele, agora como treinador?
A relação até agora tem sido espetacular. Ele tem sido muito inteligente. Fala a mesma língua do jogador, o que é muito importante, e entende bem o que sentimos. Já esteve do outro lado. E a rivalidade Brasil e Argentina fica dentro de campo. É saudável, e acredito que cada vez mais está melhor. Eu já tive dois grandes amigos argentinos, Lucho Gonzalez e Lisandro Lopéz, quando joguei no Porto. Agora, estou tendo um excelente relacionamento com mais um. Como treinador, ele é muito atento aos detalhes. Cobra muita dedicação nos treinamentos, atenção, concentração e tem dado resultado. Estamos todos muito satisfeitos com ele.
Diego durante entrevista (Foto: Cahê Mota)
Apesar de ainda ser muito jovem, você completa nesta temporada dez anos de carreira. Queria que fizesse um balanço dessa década, o que deu certo, o que deu errado, poderia ser melhor...
Nesses dez anos quase tudo que eu sonhava aconteceu. Só falta disputar uma Copa do Mundo. É um sonho que tenho, ainda não realizei e trabalho com esse pensamento. É minha motivação. De restante, fui presenteado com tudo que sonhei. No Santos, fui o campeão brasileiro mais novo da história. No Porto, conquistei o Mundial Interclubes. Depois, no Werder Bremen, vivi três dos meus melhores anos. Títulos, gols, reconhecimento, marca na história. Joguei em um grande clube como o Juventus, um time reconhecido mundialmente. E agora estou em outro país. Isso não tem preço, ter novas experiências, ser reconhecido pelo trabalho por diversos países, diferentes torcidas, culturas... Graças a Deus, isso aconteceu por onde passei. Foram dez anos em que fui muito feliz e grato a Deus. Muita coisa boa aconteceu. Alcancei meus objetivos, e se Deus quiser o de disputar uma Copa do Mundo também vai chegar.
Quais foram os momentos mais marcantes positiva e negativamente?
Positivamente, é difícil citar. Tive momentos inesquecíveis. Começou com o título brasileiro, sem dúvidas. Com apenas 17 anos, conseguir um título depois de um jejum de 19 e sobre o Corinthians... Casou tudo de uma forma perfeita. Vou citar três momentos (risos). Em dez anos, muita coisa boa aconteceu. O segundo foi minha primeira convocação para a Seleção. E por fim, todos os momentos que vivi no Werder Bremen. É difícil falar só de um. Foram anos maravilhosos, alcancei coisas espetaculares, como estar na lista dos melhores do mundo. Foi um período especial. Talvez o mais difícil e que marcou bastante foi a eliminação no Pré-Olímpico para Atenas-2004. Não conseguimos a vaga, e, por ser o principal jogador daquele time, eu carreguei um peso muito grande. Mas logo depois de dois, três meses, veio a superação com a convocação para Copa América. Com apenas 19 anos, tive a felicidade de ser campeão. Foi algo que me marcou bastante pela recuperação. A crítica foi muito dura por parte de todos. Consegui me recuperar e sair fortalecido.
Depois de dez anos, você vê sua carreira como imaginou há dez anos ou poderia ter sido melhor, estar em uma situação melhor?
Acho que tudo aconteceu mais rápido do que eu esperava. Essa é a verdade. Sempre fui muito ambicioso, sempre acreditei no meu potencial. Sabia que as coisas iam acontecer, mas aconteceram mais rápido que o esperado. A subida para o profissional, o título que eu sonhava, a ida para Europa, a convocação para Seleção... Tudo foi mais rápido. É claro que ao longo dos anos eu cometi erros e acertos. Uns fazem mais diferença que os outros, mas no geral encaro tudo como positivo. Alcancei os objetivos que gostaria. Poderia, sim, ter sido campeão com o Juventus, com o timaço que nós tínhamos, mas, enfim, a vida é assim. Nem sempre vamos ganhar. No geral, sou completamente satisfeito com tudo que aconteceu.
Diego em ação pelo Wolfsburg contra o Werder, clube onde brilhou na Alemanha (Foto: EFE)
Você sofreu mais por ser um ídolo precocemente?
Claro. Isso aconteceu, sem dúvidas. Quanto mais cedo você aparece, mais cedo você é cobrado e passa por momentos difíceis. Procurei acompanhar esse ritmo, ir aprendendo e aproveitando cada temporada, cada partida. Nos oito anos que estou na Europa, vivi experiências maravilhosas. Estou tão satisfeito, quero ficar aqui por mais um tempo e seguir melhorando.Com 26 anos, ainda tenho muito a aprender, a conquistar, e vou procurar isso.
Diego e Felipe Melo nos tempos de Juve (AFP)
Por que a temporada no Juventus não deu certo?
O que fez a diferença foi o resultado. E quanto maior e mais tradicional for o time, mais rápido tem que ser o resultado. O investimento foi muito grande, mas não foi somente uma mudança da equipe, como também de uma filosofia que tentaram fazer no Juventus. É um clube que sempre teve como característica um futebol defensivo, o jogo direto, e queria ter uma nova cara,com futebol alegre, toque de bola e técnica. Foi aí que me contrataram, levaram também o Felipe Melo, muitos jogadores de qualidade. A equipe era realmente muito forte e todos esperavam o título. Mas não aconteceu. Ainda assim, acho que a imagem que ficou foi maravilhosa. O respeito que todos têm por mim.Torcida, imprensa, jogadores... Sempre confiaram em mim. Joguei todas as partidas como titular, vivi bons momentos no começo do campeonato, com gols,mas depois a equipe foi caindo. Tenho minha responsabilidade por isso e as críticas começaram a aparecer. Mas sempre senti confiança e carinho por parte de todos. O que aconteceu foi que chegou depois um treinador que atuava em um sistema que não existia meia. Então, tomamos a decisão de que seria difícil continuar dessa forma. Ele apostou em outro estilo de jogador. Surgiu a ideia de talvez me negociar. Foi quando entendemos que era a melhor opção. O clube recuperou boa parte do investimento e eu voltei para um país onde sempre fui muito bem. No geral, a passagem pela Itália foi legal.
Pelo ano seguinte, na Alemanha, não ter sido tão bom, nunca bateu um arrependimento por não ter esperado um pouco mais no Juventus?
Como a ideia partiu do clube, do Marota, diretor na época, e do treinador Del Neri, que já tinha trabalhado no Porto e dito que eu dificilmente ia jogar com ele, o que até o fez ser mandado embora... Então, não partiu de mim. Eu estava feliz e pronto para encarar mais um desafio no clube. Mas se essa era a ideia, como jogador de qualidade, sempre surgem propostas. Não tenho esse peso na consciência. Eu tinha cinco anos de contrato, e eles decidiam tudo. Fui muito satisfeito e feliz para o Wolfsburg.
Onde a passagem também não foi muito legal...
Aí, sim, foi um momento de muito aprendizado. Ninguém esperava que iríamos brigar contra o rebaixamento com o timaço que tínhamos. Mas a vida é assim, nos traz surpresas. Temos que superá-las e seguir em frente.
Diego teve passagem irregular pelos Lobos (Foto: Getty Images)
Se no Wolfsburg a passagem não foi boa, sua história na Alemanha deu muito certo e em um futebol que, na teoria, não encaixa muito com o seu. O que aconteceu para que esse casamento tivesse sucesso?
Acredito que foi um casamento perfeito de equipe e jogador. O Werder Bremen tem uma importância fundamental nisso. Acreditou no meu potencial, criou uma equipe base, que pouco foi alterada, e o sistema funcionava muito bem. Lógico, trabalhei muito, me preparei muito bem, e foram anos nos quais a equipe jogou muito bem. Consequentemente, os brilhos individuais vão aparecendo. Em três anos, ganhamos títulos, nos classificamos sempre para Champions, e isso fez com que eu aparecesse muito mais.
E a adaptação à Alemanha?
É um país maravilhoso. O que é diferente para nós é o frio, que aperta um pouco durante dois meses, mas as pessoas são maravilhosas. Tudo funciona: organização, respeito, os direitos humanos prevalecem de forma incrível. Para mim, foi um prazer viver lá por quatro anos.
Antes de você fechar com o Atlético de Madri, falou-se muito de um retorno ao Brasil. Inclusive, da proximidade de acerto com o Botafogo. O que houve de verdade nisso tudo?
Eu não tinha preconceito nenhum com equipe nenhuma. Sabia do momento que vivia no Wolfsburg e estava aberto a todo tipo de proposta. Surgiu o interesse de clubes brasileiros, da China, do Qatar, da Espanha, da Itália, e avaliei todos. A verdade é que no Brasil não apareceu nada concreto. Falei com muitos dirigentes, treinadores, mas não apareceu nada no papel. Não pedi para ir a nenhum clube. Todos sabem do carinho que tenho pelo Santos, isso é claro, mas depende do interesse do jogador e do clube também. Alguns clubes acharam o valor alto, e as coisas não seguiram em frente. Foi isso que aconteceu. Se tivesse que voltar, voltaria, mas estou com 26 anos, no meio de um contrato que talvez seja o mais importante da minha carreira, e é importante caminhar junto no profissional e no pessoal. Foi o que aconteceu com o interesse do Atlético de Madri. Até agora, tudo tem dado certo.
Sua ideia no momento, então, é ficar por um longo período na Europa?
Nunca sabemos o que vai acontecer no futuro. Estou há oito anos na Europa, tenho esse contrato atual (de empréstimo ao Atlético) e mais dois com o Wolfsburg, e vamos ver. Sou muito grato ao futebol brasileiro, e o dia que tiver que voltar, vou feliz e com dedicação. Nesse momento, estou muito concentrado, comprometido e feliz no Atlético de Madri. O carinho é grande, a aposta, e isso para o jogador é espetacular. Espero retribuir tudo isso.
Por falar em Santos, você acredita que o sucesso da sua geração, ao lado do Robinho, foi responsável por abrir as portas para que o clube colhesse frutos como tem sido agora com Neymar e Ganso?
Acredito que sim. Não foi responsabilidade minha ou do Robinho, mas a história nos deu essa oportunidade. Realmente, foi um marco no futebol brasileiro. Até o Felipe Luís (lateral do Atlético de Madri) me disse: “Na hora que vocês apareceram, foi quando me deram oportunidade no Figueirense.Tentaram fazer um projeto parecido apostando em garotos”. Tive essa felicidade, sorte minha. Naquele momento, o Santos tinha um problema financeiro muito grande, não conseguia contratar e pagar jogadores com salário muito alto, como Edmundo e Rincón, e resolveu apostar nos garotos de qualidade. Foi uma necessidade. No fim, o resultado foi maravilhoso. Depois daquilo, a cultura das equipes brasileira mudou. O Santos passou a ser visto como um clube que aposta em jovens. Foi espetacular para os jogadores e para o clube.
Robinho e Diego mudaram de clube na mesma
época (Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)
época (Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)
Sua imagem sempre foi muito ligada ao Robinho, como é a relação de vocês hoje em dia?
Excelente. Nos falamos muito. Temos uma relação especial. Nas últimas férias, estivemos juntos em Santa Catarina e estamos sempre em contato por telefone, via Twitter... É um cara que está sempre presente. Mesmo que às vezes não nos encontremos, por estarmos em países diferentes, a amizade segue intacta.
Acha que a história que você e o próprio Robinho escreveram na Europa, demorando um pouco para darem certo, serviu de exemplo também para que o Neymar optasse por permanecer mais um tempo no Santos?
Sempre serve de exemplo. Acho que antes de você sair do país, tem que colocar na balança, olhar as experiências que os outros viveram, mas sempre sabendo que a sua será sempre única. Cada um tem que avaliar da melhor maneira possível. Eu, se tivesse que sair do Santos naquele mesmo momento, hoje sairia novamente. Tomaria a mesma decisão. Acho que o Neymar teve a atitude certa. As provas são o resultado e alegria dele. Quando achar que é o momento certo, tem que arriscar. Uma hora vai ser inevitável, todos sabem disso. Tomara que ele tenha a frieza e inteligência para escolher a hora certa.
Acredito que não participei da última Copa por opção do treinador (Dunga). Até hoje não entendo"
Diego
Você disse que só falta disputar uma Copa do Mundo para sua carreira ficar completa, mas por que você acha que ainda não se firmou na Seleção?
Acho que a Seleção não depende só do jogador. Depende da filosofia, do pensamento, das opções do treinador. Acredito que não participei da última Copa por isso: opção do treinador. A primeira, não. Com o Parreira, eu lembro que saí do Santos firme na Seleção, mas depois não vivi bons momentos no Porto, e ele optou por outro jogador que talvez vivesse uma fase melhor. Poderia ter apostado, dado confiança e ter me levado, como muitos fazem, mas tudo bem. Já com o Dunga foi muito decisão pessoal dele. Eu vivia o melhor momento da minha carreira no Werder Bremen. Estávamos na final da Copa da Uefa (atual Liga Europa), campeão da Copa da Alemanha, prestes a ir para Juventus, entre os melhores do mundo, e deixei de ser convocado durante esse momento.
Ficou sem explicação para você?
Completamente. Até hoje, não entendo. Procuro respeitar, nunca criei polêmica, mas a realidade é essa. Se voltar no tempo, foi exatamente isso que aconteceu. E foi a partir daí que cheguei a essa conclusão: é preciso que o treinador goste de suas características e as veja como necessárias para o esquema. Do contrário, você vai jogar bem e não ter a oportunidade.
Diego e Elano nos tempos de seleção (Divulgação)
Alguns nomes, como você, Pato e Hernanes, que eram vistos como grandes apostas nas Olimpíadas deixaram de ter oportunidade depois. Você acha que foram pegos com culpados?
Não sei. Nunca tive essa explicação nem por parte dele, nem do Jorginho. E eles não têm essa obrigação de explicar. Enfim, fica a incógnita. Apesar de que ninguém se esforçou mais do que eu para disputar as Olimpíadas. Lembro que deixei de renovar com o Werder, fui ameaçado pelo clube por perder quatro jogos, briguei na justiça contra um clube que eu amo... Tudo para estar nas Olimpíadas. E tive números pessoais bons nos Jogos. Foi um torneio positivo no geral. Mas, claro, quando o título não vem, a crítica aparece e é normal. Não reclamo. Mas não acredito que isso tenha sido motivo.
Até 2014, você tem dois anos e meio para convencer o Mano Menezes de que merece a chance. Você se vê dentro do estilo de trabalho dele?
Vejo. Acredito que sim. O Mano tem feito um excelente trabalho até agora, dado oportunidade a muitos jogadores. Tem tido coragem de testar. E isso, para quem está fora, é muito importante. Saber que eles acompanham quem está na Europa. Enfim, acredito que me encaixaria nesse sistema, mas preciso pensar passo a passo. As coisas estão acontecendo bem no Atlético e, se continuar dessa forma, posso ter uma oportunidade. Primeiro, o pensamento é em alcançar os objetivos como equipe.
Para fechar, como é atuar em uma Liga onde duas equipes estão tão na frente dos adversários e praticamente se sabe que o campeão vai ser ou Real Madrid ou Barcelona?
Acho que tem dois lados. Primeiro, é um prazer estar em uma Liga com o Real e, principalmente, o Barcelona. É um clube que realmente está à frente do mundo um ou dois passos. Então, acompanhar de perto serve como exemplo e motivação. Por outro lado, temos que sonhar com o que está ao nosso alcance e nos motivar por isso. Temos que saber que agora não estamos no nível do Barcelona, mas trabalhar sabendo que é possível alcançar. Não tenho a frustração de não brigar pelo título. Trata-se de uma equipe com uma diferença notável em relação aos demais. Temos que correr atrás.
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