Raio-X: no grupo do Flu, Boca sonha com o sétimo título na Libertadores
Atual campeão do Apertura argentino, time xeneize quer se igualar ao Independiente. Para isso, clube aposta em Riquelme, Schiavi e cia.
Riquelme com a taça do Boca Juniors (Foto: EFE)
Após ficar três anos sem conquistar um título nacional, os xeneizes são os novos campeões do Apertura 2011 e prometem força máxima na mais importante competição sul-americana. O objetivo é chegar aos sete títulos e igualar o Independiente.
Comandado pelo técnico Julio Cesar Falcioni, de 55 anos, o Boca se organiza em um 4-3-1-2, esquema tático clássico do time durante as gloriosas conquistas sob o comando de Carlos Bianchi. Além disso, conta com a experiência do zagueiro Rolando Schiavi, de 38 anos, que já teve passagem pelo Grêmio, e da liderança de Juan Román Riquelme, de 33 anos, camisa 10 que está entre os maiores ídolos da história do clube. Aliás, a média de idade do time titular do Boca é alta: 29,4 anos. O time que caiu na Libertadores diante do Flu também era composto de veteranos, como Battaglia, Palermo, Palacio e o próprio Riquelme. A média naquela ocasião era de 28,4 anos.
Na atual edição do Apertura, o Boca teve um retrospecto impressionante: foram 11 vitórias, sete empates e nenhuma derrota, sendo 24 gols marcados e apenas seis sofridos. O Estádio da Bombonera, sempre abarrotado de torcedores xeneizes, teve importância direta na conquista do título. Dos 40 pontos conquistados, 21 foram em jogos como mandante (seis vitórias e três empates).
À sombra de Bianchi: o 4-3-1-2 de Falcioni
O Boca Juniors atua com uma linha defensiva composta por quatro atletas. A principal válvula de escape são as subidas ao ataque com o experiente lateral Clemente Rodríguez. O lateral-direito Facundo Roncaglia, que tem como principal característica a marcação, também atua como zagueiro, fazendo uma linha de três defensores e alterando o esquema para 3-4-1-2, dependendo da necessidade durante as partidas, repetindo a formação de Carlos Bianchi, que comandou o time de 1998 a 2004.
No meio, estão Leandro Somoza, um volante centralizado, Diego Rivero, que atua bem dos dois lados, e Walter Erviti, que demonstra bastante qualidade com a bola nos pés. Os três têm bom posicionamento e saem bem com a bola, possibilitando que Riquelme tenha liberdade para criar e finalizar.
Os
esquemas do Boca detalhados: o primeiro, com Roncaglia como lateral. No
segundo, ele se transforma em defensor, liberando Clemente Rodríguez
para o ataque (Foto: ArteEsporte)
A principal crítica da imprensa argentina ao Boca Juniors é a lentidão de alguns atletas, como Schiavi e Insaurralde. A dupla de zaga xeneize conta com a proteção do lateral Roncaglia, e também de Somoza, Rivero e Erviti. Uma das principais armas da equipe é a bola parada. Com Riquelme, Mouche e Erviti na execução, e Schiavi, Insaurralde, Somoza, Civitanich, e o próprio Riquelme, na conclusão.
Reforços pontuais para a Libertadores
Com o grupo praticamente fechado, o Boca Juniors deverá trazer reforços pontuais para a disputa da Libertadores em 2012. O atacante Santiago Silva, que teve uma passagem rápida pelo Corinthians e atualmente está na Fiorentina, segue na mira do clube argentino. El Tanque, como é conhecido, foi artilheiro do Campeonato Argentino em 2009, pelo Banfield, e 2010, pelo Vélez Sarsfield.
Outro nome em pauta é o atacante Denis Stracqualursi, que pertence ao Tigre, mas está emprestado ao Everton, da Inglaterra. No Apertura de 2010, foi artilheiro ao lado de Santiago Silva, com 11 gols. Além deles, o colombiano Teófilo Gutiérrez, do Racing, também interessa.
A festa do título do Apertura de 2011 do Boca Juniors: jogadores e torcedores foram ao delírio (Foto: EFE)
Conheça os titulares do Boca Juniors
Orión (30 anos), goleiro
Destacou-se pelo San Lorenzo, conquistando uma Mercosul (2001), uma Sul-Americana (2002) e dois Clausuras (2001 e 2007). Sofreu seis gols no Apertura, superando o recorde do paraguaio Chilavert, que levou sete pelo campeão Vélez em 1993. De acordo com o diário "Clarín", o goleiro de 1,90m tem como principais características a confiança e a solidez.
Roncaglia (24 anos), lateral-direito
Revelado nas divisões de base do Boca, tem a marcação como ponto forte. Destaca-se ajudando Schiavi e Insaurraulde na zaga, alterando a formação tática. As subidas para o ataque do lateral de 1,79m não são tão perigosas como as de Clemente Rodríguez.
Schiavi (38 anos), zagueiro
Em sua primeira passagem pelo Boca (de 2001 a 2005), ganhou a Libertadores e o Mundial de 2003. Já teve passagem pelo Grêmio, em 2007, e pelo Estudiantes, em 2009, conquistando mais uma Libertadores. O zagueiro de 1,91m, que terá 39 anos quando enfrentar o Fluminense, é um líder em campo, mas peca pela lentidão.
Insaurralde (27 anos), zagueiro
Também é um zagueiro lento. Teve um primeiro semestre irregular, mas evoluiu após a chegada de Schiavi. Entre Boca e Newell's Old Boys, os dois atuaram juntos em 66 partidas, 32 das quais não sofreram gol. Segundo Schiavi, é um dos melhores zagueiros com quem já atuou.
Clemente Rodríguez (30 anos), lateral-esquerdo
É o responsável pelas jogadas mais ofensivas. Apesar dos 30 anos, destaca-se pela velocidade e faz bons cruzamentos. Descrito por Riquelme como incansável, o lateral de 1,67m é titular da seleção argentina e tem a seu favor a experiência em competições internacionais. Pelo Boca, foi tricampeão da Libertadores (2001, 2003 e 2007) e campeão do Mundial de Clubes (2003).
Somoza (30 anos), volante
Contratado em 2010 após jogar grande parte da carreira no Vélez Sarsfield, o volante de 1,85m demorou, mas se adaptou ao Boca. Tem como principal característica a disposição em campo e é um bom ladrão de bolas. Auxilia na armação de jogadas, mas ainda fez gol pelo Boca.
Rivero (30 anos), volante
Ganhou a vaga de titular pela versatilidade, já que atua como volante ou meia, pela direita ou pela esquerda. A baixa estatura (1,65m) é um ponto fraco, mas surpreende pela técnica e explosão. O primeiro gol pelo Boca foi na vitória que garantiu o título do Apertura, sobre o Banfield.
Erviti (31 anos), meia
Começou no San Lorenzo, mas se destacou mesmo com a camisa do mexicano Monterrey, de 2002 a 2008. Contratado em janeiro, venceu a desconfiança da torcida ao deixar de querer ser o protagonista e jogar para a equipe, sobretudo auxiliando as subidas de Clemente Rodríguez.
Riquelme (33 anos), meia
Tricampeão da Libertadores pelo Boca (2000, 2001 e 2007), o meia não está 100% fisicamente, por conta da idade e de lesões, mas supre as necessidades do time com experiência e habilidade, além de ser querido pelo grupo. Destaca-se também nas cobranças de falta.
Mouche (24 anos), atacante
Conquistou espaço no Boca após lesão de Viatri. Embora ainda seja um pouco individualista, o atacante de 1,77m vem mostrando-se mais seguro e perigoso. Tem como principal característica a movimentação pelas pontas.
Cvitanich (27 anos), atacante
Revelado pelo Banfield, foi contratado pelo Ajax e emprestado ao Pachuca-MEX e, em julho, ao Boca. Atua para a equipe e demonstra qualidade na finalização, incluindo as jogadas aéreas, apesar de 1,75m de altura. Com raízes croatas, recebeu em 2008 um convite para atuar na seleção europeia, mas não obteve permissão da Fifa.
Técnico: Julio César Falcioni (55 anos)
O ex-goleiro de 55 anos conseguiu superar o jejum de três anos do Boca Juniors e sair campeão do Apertura de 2011, em seu primeiro ano pelo clube. Falcioni disse ao jornal argentino "Olé" que vai se reunir com a diretoria para saber se seguirá para a disputa da Libertadores. Como jogador, ele passou perto de conquistar o torneio em três oportunidades, todas com o América de Cáli, sendo vice-campeão em 1985, 1986 e 1987. Seu principal triunfo foi ter conseguido a união do grupo. Apostou em Riquelme como destaque da equipe e obteve êxito.
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