Bastou a confirmação de que Adriano
e Luís Fabiano estavam aptos a jogar para que jogadores e torcedores de
Corinthians e São Paulo respirassem aliviados. A sensação se
justificava: após seis meses de espera, as duas estrelas entravam em
cena na reta final de um dos mais acirrados Campeonatos Brasileiros dos
últimos anos e renovavam consideravelmente as esperanças de título para
duas equipes que vinham oscilando na ponta da tabela.
Em campo, porém, as primeiras apresentações no início de outubro não tiveram o impacto esperado: enquanto Adriano
jogou apenas 42 minutos em duas partidas e pouco apareceu, Luís Fabiano
foi titular em três, mas não marcou gols e ainda perdeu um pênalti.
Rendimentos que fizeram com que um discurso antes marcado pelo extremo
otimismo mudassem ligeiramente de tom e passasse a incluir a paciência.
“Ninguém no clube tem cobrado gols do Adriano
no momento. Porque temos notado o esforço que ele vem fazendo para
voltar dessa lesão chata. Ele é um cara de porte grande, então é preciso
tomar sempre cuidado”, explicou Fábio Santos, lateral esquerdo do
Corinthians, ao FIFA.com. Do lado são-paulino, as
reações foram parecidas. “A intenção é que o Luís Fabiano vá aos poucos
ganhando sequência, até por isso queremos que ele fique até o final (dos
jogos). A adaptação não é fácil, tem que entender e relevar. O
importante é que ele está melhorando a cada dia”, garantiu o técnico
Adilson Batista.
Os dois personagens também perceberam logo que o recomeço de suas carreiras no Brasil
não seria assim tão simples. O longo período de inatividade, somado ao
ritmo acelerado das equipes no último terço de campeonato, fez com que
ambos reconhecessem as dificuldades. “Tenho trabalhado muito, mas peço
um pouco de paciência. Ainda não tenho condições, mas devagarzinho vou
chegando às forma ideal”, garantiu o Imperador, após sua estreia contra o
Atlético-GO.
Para Luís Fabiano, a
frustração por já acumular uma derrota e dois empates acabou sendo até
maior. "Minha volta está sendo mais sofrida do que eu imaginava, mas
estou aqui para lutar e não vou abaixar a cabeça”, disse, após
desperdiçar o pênalti no empate com o Cruzeiro. “Está difícil, mas uma
hora o gol vai sair", completou o atacante, que passou sete meses se
recuperando de um problema em tendão do joelho direito, sofrido ainda
quando atuava no Sevilla.
Confiança nos ídolos
A euforia pelo retorno se transformou em cautela, mas em nenhum momento Corinthians e São Paulo deixaram de acreditar que os dois jogadores com longa passagem pela Seleção Brasileira teriam papel reduzido na busca pelo título. Pelo contrário. Mesmo com a atual “seca” e com a série de cinco jogos sem vitórias que o derrubou para o quarto lugar, o São Paulo sabe que só tem a ganhar com o seu camisa nove.
A euforia pelo retorno se transformou em cautela, mas em nenhum momento Corinthians e São Paulo deixaram de acreditar que os dois jogadores com longa passagem pela Seleção Brasileira teriam papel reduzido na busca pelo título. Pelo contrário. Mesmo com a atual “seca” e com a série de cinco jogos sem vitórias que o derrubou para o quarto lugar, o São Paulo sabe que só tem a ganhar com o seu camisa nove.
“Ele
tem uma qualidade fantástica e sabe fazer a função de centroavante como
poucos. Ele segura a bola, protege e abre espaços para o pessoal do
meio de campo. Tenho certeza de que com ele e com a volta do Lucas o
time vai deslanchar”, destacou Dagoberto, artilheiro e destaque do time
no Brasileirão.
Do lado do rival, os elogios e as expectativas, neste caso, se assemelham. Mas Fábio Santos garante que o impulso dado por Adriano
ao Corinthians veio antes mesmo de sua estreia. “Quando ele foi se
recuperando, a ansiedade aumentou, e todos viveram isso juntos. Foi algo
que mexeu com o grupo”, destacou o lateral ao FIFA.com.
“Com a chegada dele aos treinos o clima ficou bem descontraído. Era o
que a estávamos precisando”, completou, referindo-se ao fim de uma série
irregular e à volta à primeira posição na 28ª rodada, justamente quando
o Imperador estreou nos 3 a 0 sobre o Atlético-GO.
E
até mais que essa ajuda psicológica, tanto Corinthians como São Paulo
esperam a qualquer momento ver seus artilheiros deslanchar. E a julgar
pela opinião de Fábio Santos, a longa espera pode ter final feliz em
dezembro para a ansiosa e exigente torcida alvinegra. “Se o Adriano
chegar a 50% de suas condições ele vai fazer gol. Ele é a referência e
tem o respeito do adversário. Isso vai ser fundamental pra gente
conquistar o título.”