É
difícil, claro, controlar a reação de milhões torcedores e pedir um
pouco de paciência. Ainda mais quando eles, no caso os flamenguistas,
vêm de um título de campeões brasileiros e, no ano seguinte, têm de
lidar com a inesperada ameaça do rebaixamento, depois de ver sua equipe
se desmontar durante a temporada passada.
Foi com esse cenário que Deivid
desembarcou na Gávea. Meses antes de Ronaldinho Gaúcho, o atacante foi a
primeira grande aposta do Flamengo para conter as turbulências por que o
time passava em campo. Mas o tremor durou até o fim do Brasileirão
2010, e o jogador precisou conviver com insatisfação e vaias, aguentando
firme, esperando a virada. Hoje, mais de um ano depois de sua chegada,
vindo do Fenerbahçe, ele se vê, enfim, pronto para ajudar na retomada da
taça para o reduto rubro-negro.
“Cobrança
sempre vai existir, ainda mais jogando num clube grande como este. Mas,
quando você volta da Europa, tem de ter um tempo para adaptação. É
outro estilo de jogo”, afirma ao FIFA.com. “Essa é a
cultura do futebol brasileiro. Tem de saber lidar com isso. Mas agora
estamos jogando com alegria, e meu desafio é ser campeão nacional pelo
Flamengo, conquistar um titulo de expressão, como fiz sempre por onde
passei. Seria algo muito importante para minha carreira.”
Parceria com Ronaldinho
Em 2010, a disputa pelo bicampeonato nunca esteve perto, tendo o Fla terminado com 44 pontos em 38 jogos, um fraco aproveitamento de 39%, apenas dois pontos distante da zona de descenso. Mas agora Deivid pode realmente sonhar com a conquista. A oito partidas do final do Brasileirão, o time tem 51 pontos, apenas três a menos do que o líder Corinthians e o vice-líder, o Vasco.
Em 2010, a disputa pelo bicampeonato nunca esteve perto, tendo o Fla terminado com 44 pontos em 38 jogos, um fraco aproveitamento de 39%, apenas dois pontos distante da zona de descenso. Mas agora Deivid pode realmente sonhar com a conquista. A oito partidas do final do Brasileirão, o time tem 51 pontos, apenas três a menos do que o líder Corinthians e o vice-líder, o Vasco.
A
grande forma de Ronaldinho e seu retorno à Seleção Brasileira,
naturalmente, é o que domina as manchetes. Quieto, em seu canto, Deivid
vem elevando sua produção para se tornar um companheiro de frente
eficiente ao lado do astro, beneficiando-se da atenção que o camisa 10
chama em campo e de seu talento incomum. “O Ronaldo tem uma visão muito
boa de espaço, e você tem de ter o raciocínio rápido para acompanhá-lo. É
bom jogar ao lado dele, porque a cada segundo ele te pode deixar na
cara do gol”, afirma. Os dois já marcaram 24 gols no Brasileirão – 13
para Ronaldinho e 11 para Deivid. Um grande contraste em comparação com a campanha anterior, na qual o atacante fez apenas quatro.
Substituição
Sem exagerar, dá para dizer que o Deivid rubro-negro de 2011 é outro jogador, e ao menos dois motivos podem ajudar a explicar essa diferença. Duas razões que não podem ser enquadradas como mero detalhe. Em 2009, ele sofreu uma grave fratura na perna que repercutiu em toda a temporada seguinte. “Acabei forçando depois: sofri um estiramento na coxa, e a lesão foi mal curada. Isso acabou me atrapalhando. Até no comecinho deste ano eu estava sentindo um pouco”, conta. Além disso, há a questão de seu posicionamento. Contratado como atacante, ele vinha jogando por quatro temporadas como meia no Fenerbahçe. “Eu estava na segunda linha de quatro jogadores. A gente comentava nos treinamentos na Turquia que eu sentiria muita dificuldade por isso na volta, e realmente aconteceu.”
Sem exagerar, dá para dizer que o Deivid rubro-negro de 2011 é outro jogador, e ao menos dois motivos podem ajudar a explicar essa diferença. Duas razões que não podem ser enquadradas como mero detalhe. Em 2009, ele sofreu uma grave fratura na perna que repercutiu em toda a temporada seguinte. “Acabei forçando depois: sofri um estiramento na coxa, e a lesão foi mal curada. Isso acabou me atrapalhando. Até no comecinho deste ano eu estava sentindo um pouco”, conta. Além disso, há a questão de seu posicionamento. Contratado como atacante, ele vinha jogando por quatro temporadas como meia no Fenerbahçe. “Eu estava na segunda linha de quatro jogadores. A gente comentava nos treinamentos na Turquia que eu sentiria muita dificuldade por isso na volta, e realmente aconteceu.”
Então
você pega um jogador que não está em sua melhor condição física e ainda
conta com ele para desempenhar uma função que há anos não fazia, e as
cobranças de repente se tornam exageradas. “Torcedor quer ver o
resultado, não quer saber se você está bem ou mal. Quer saber que o time
vença, isso é normal. Mas agora estou totalmente readaptado.”
Desta forma, quando Deivid
agora vai para campo, ele encontra a torcida do Flamengo, seu clube de
coração, descontrolada como sempre esperava. Mas com as vaias trocadas
por aplausos, e a tensão na arquibancada e a aflição na hora de conferir
a tabela substituídas por uma empolgação geral.