Dois duelos com histórias particulares
(FIFA.com) Quarta-feira 6 de julho de 2011
Nos duelos Alemanha x México e Uruguai x Brasil desta quinta-feira, pelas semifinais da Copa do Mundo Sub-17 da FIFA, os garotos que forem a campo podem dar um passo importante no início de carreiras eventualmente prósperas e duradouras. Ao mesmo tempo, eles também vão dar sua pequena parcela de contribuição para dois confrontos de ricas memórias.
A disputa entre brasileiros e uruguaios, claro, envolve uma grande rivalidade do futebol sul-americano. Mas alemães e mexicanos também desfrutam de relativa intimidade. Curiosamente, ambos viveram jogos intensos realizados no México, a sede do torneio de juvenis deste ano. Então, para aqueles devoradores de enciclopédias do futebol, a sensação será de déjà vu. Para as novas gerações, é uma chance de embarcar pela história.
Mais que 90 minutos
Alemanha e México se enfrentaram dez vezes em partidas oficiais, e os europeus conseguiram quatro vitórias, contra uma dos norte-americanos. Em Copas do Mundo da FIFA, foram três confrontos. Os mexicanos certamente não fazem questão de lembrar a goleada sofrida por 6 a 0 na Argentina 1978. Por outro lado, apesar de também evocar uma dolorosa recordação, talvez seja difícil deixar de lado o embate que os dois países tiveram na edição de 1986, em Monterrey, pelas quartas de final.
Comandada pelo legendário Bora Milutinovic, que participava do primeiro de uma série de cinco Mundiais em que trabalharia, a seleção local, empurrada por uma torcida apaixonada, havia vencido o Grupo B, antes de derrotar a Bulgária pelas oitavas e se deparar com a bicampeã Alemanha em jogo duríssimo. Os dois times empataram em 0 a 0 nos 90 minutos e por mais 30, indo para os pênaltis – esse foi um dos três confrontos que pediram penalidades naquela fase. No fim, o goleiro Harald Schumacher foi brilhante defendendo duas cobranças e garantindo o triunfo por 4 a 1. Sua equipe chegaria, então, à final, diante de um certo Diego Armando Maradona.
Outra partida de destaque aconteceu na Copa das Confederações da FIFA, dessa vez na Alemanha, com os anfitriões levando a melhor na disputa pelo terceiro lugar, de modo sofrido. O placar foi 4 a 3, em que os europeus abriram 1 a 0, 2 a 1 e 3 a 2 e viram os visitantes buscarem o empate nas três ocasiões. Quando Michael Ballack fez o seu aos 97 minutos, na prorrogação, os mexicanos não tinham fôlego para buscar nova igualdade.
Duas grandes razões por uma rivalidade
É difícil pensar em um duelo Brasil x Uruguai sem viajar direto para o dia 16 de julho de 1950, quando a Celeste deixou um abarrotado Maracanã completamente atônito ao virar o placar no segundo tempo e definir um 2 a 1 incrível para os locais. Esse é certamente o momento mais marcante em 70 confrontos, com 32 triunfos para os brasileiros e 19 para os uruguaios.
É difícil pensar em um duelo Brasil x Uruguai sem viajar direto para o dia 16 de julho de 1950, quando a Celeste deixou um abarrotado Maracanã completamente atônito ao virar o placar no segundo tempo e definir um 2 a 1 incrível para os locais. Esse é certamente o momento mais marcante em 70 confrontos, com 32 triunfos para os brasileiros e 19 para os uruguaios.
Mas há também outras partidas para serem relembradas, e uma em particular remete a uma especial coincidência: neste ano os dois rivais repetem o duelo da Copa do Mundo da FIFA 1970 na mesma fase semifinal, na mesma cidade de Guadalajara. “Realmente é algo especial para todos os envolvidos com o futebol, os historiadores, é como reviver aquele momento. Agora é uma nova história. Não creio que se sintam muito identificados com essa partida, porque ela foi disputada 24 anos antes de eles terem nascido. Mas logicamente é um tempero especial”, afirmou o técnico Fabian Coito.
O Brasil ganhou por 3 a 1, depois de um empate por 1 a 1 no primeiro tempo, no dia em que Pelé tentou uma de suas jogadas que entraria para a série “dos gols que o Rei que não fez”. Foi um lance genial: ele recebeu um passe de Tostão na corrida, na entrada da área. Ao ver o goleiro Ladislao Mazurkiewicz sair com ímpeto para a dividida, o brasileiro passou por cima da bola, sem tocá-la, correu por trás do arqueiro e a pegou do outro lado, girando o corpo e batendo cruzado, para fora. “Aquele foi um jogo difícil”, disse o técnico brasileiro Emerson Ávila. “O Brasil foi colocado como o favorito, mas contra o Uruguai, com toda sua garra de sempre, não tem isso. Com certeza esperamos também reviver o resultado da semifinal de 70, e seguir em frente”, completou. Independentemente dos desfechos dos jogos desta quinta-feira, o que segue adiante é a história envolvendo esse quarteto.
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