Brincadeira de criança para Rapinoe
(FIFA.com) Domingo 3 de julho de 2011
Depois que os Estados Unidos golearam a Colômbia por 3 a 0 pelo Grupo C da Copa do Mundo Feminina da FIFA 2011 no último sábado, a meio-campista americana Megan Rapinoe vagava pelo gramado da Arena Rhein-Necker de Sinsheim contemplando o cenário já vazio de uma partida que para ela será inesquecível: foi ali que a camisa 15 marcou o seu primeiro gol em Mundiais Femininos.
E não foi um gol qualquer. Pinoe, como é carinhosamente chamada pelas companheiras, estufou a rede colombiana apenas cinco minutos depois de entrar em campo, no comecinho do segundo tempo. Além de bonito, o tento ampliou a vantagem das meninas comandadas pela técnica Pia Sundhage num momento em que as sul-americanas ainda conseguiam segurar as investidas adversárias.
Rápida no gatilho Depois de cobrar lateral pela esquerda, Rapinoe correu para receber a bola de Lauren Cheney na entrada da área, ajeitou para o pé direito e mandou um petardo no ângulo da goleira colombiana Sandra Sepúlveda. "Sempre tenho vontade de fazer gols, pouco importa que seja no primeiro ou no último minuto", explica a simpática americana ao FIFA.com. "Tenho mentalidade de atacante", sorri.
Na história da Copa do Mundo Feminina da FIFA, o gol da meio-campista dos Estados Unidos foi o segundo mais rápido a sair dos pés de uma jogadora vinda do banco. O recorde pertence à alemã Pia Wunderlich, que marcou o terceiro do seu país três minutos depois de entrar em campo na goleada de 7 a 1 sobre a Rússia em 2003. "A Pia (Sundhage) me pediu que levasse um pouco de brilho e que participasse ativamente do jogo", conta Rapinoe. "Acho que fiz isso muito bem."
A avaliação esconde uma certa modéstia. Além de chamar a atenção pelos cabelos curtos e platinados, a atleta do magicJack se destacou por uma atuação brilhante e apaixonada em Sinsheim. Pouco depois de anotar o segundo gol da sua equipe, ela concluiu uma jogada que explodiu no travessão colombiano. "Adoro chutar a gol e tentar a sorte de longe, principalmente com as bolas que temos aqui, que são fantásticas", explica a loirinha. "A gente só precisa bater certo e com força que elas entram sozinhas — um verdadeiro pesadelo para as goleiras."
Mas a atleta não esquece que foi ela quem dobrou a vantagem americana, e não a pelota oficial da Alemanha 2011. "Foi o meu primeiro gol em uma Copa do Mundo e posso garantir a você que não existe sensação melhor para uma jogadora do que fazer um gol pelo seu país em uma competição como essa", diz Rapinoe. "Estou nas nuvens!", completa, tranquila e radiante.
Born in USA
O orgulho patriótico da californiana ganhou impulso com a presença expressiva de compatriotas no estádio, muitos deles vindos das bases militares dos Estados Unidos instaladas na região. Para comemorar o seu gol, Rapinoe correu junto à arquibancada forrada de bandeiras americanas, agarrou um dos microfones que ficam na lateral do campo e soltou o refrão de um clássico da música do seu país: Born in USA, do cantor Bruce Springsteen.
O orgulho patriótico da californiana ganhou impulso com a presença expressiva de compatriotas no estádio, muitos deles vindos das bases militares dos Estados Unidos instaladas na região. Para comemorar o seu gol, Rapinoe correu junto à arquibancada forrada de bandeiras americanas, agarrou um dos microfones que ficam na lateral do campo e soltou o refrão de um clássico da música do seu país: Born in USA, do cantor Bruce Springsteen.
O show não foi completamente improvisado, conforme a meio-campista explicou, e é uma boa prova da confiança com que a equipe de Pia Sundhage chegou à Alemanha. Enquanto a maioria dos selecionados se pergunta como marcar gols, as americanas pensam na maneira de comemorá-los. "Conversamos sobre isso e mencionei aquelas coisas grandes e fofas que a gente costuma chutar do caminho antes de bater um escanteio, e concordamos que seria divertido usar um deles para inovar nas nossas comemorações", revela.
A expressão marota de Rapinoe lembra a todo instante que o esporte mais popular do planeta pode continuar sendo uma brincadeira de criança. "A espontaneidade e o senso de improviso dentro de campo vêm do futebol de rua que eu jogava quando pequena", explica a jogadora, acordando do seu sonho de menina com os gritos da comissão técnica americana, que a esperava para deixar o palco do seu momento de glória.
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