O palco agora é delas
  "Que 2011 chegue logo." Foi com essas palavras que a atacante americana Abby Wambach se despediu do FIFA.com na Copa do Mundo Feminina da FIFA China 2007. No momento em que as luzes se apagaram em Xangai, começou a contagem regressiva e a expectativa para a sexta edição do principal torneio do calendário feminino. A contagem está prestes a terminar, mas a expectativa não parou de crescer desde então.
  Pois a Alemanha está pronta para o apito inicial. Os nove estádios brilham esplêndidos à espera de que as 16 seleções candidatas ao título mundial pisem nos gramados impecáveis. O Olympiastadium de Berlim, construído para a Olimpíada de 1936 e sede de duas edições da Copa do Mundo da FIFA, em 1974 e 2006, receberá a primeira partida entre seleções femininas principais da sua história. Em tão grandioso cenário, o Canadá terá a difícil tarefa de enfrentar as anfitriãs e atuais campeãs mundiais no próximo domingo, 26 de junho.
  Máxima artilheira da história da competição com 14 gols, a atacante Birgit Prinz comandará mais uma vez a seleção alemã que buscará o tricampeonato. Os principais adversários serão os Estados Unidos, vencedores em 1991 e 1999 e única seleção a ter alcançado as semifinais em todas as edições do torneio, e também o Brasil, que foi vice-campeão na China e aposta na liderança da estrela Marta, cinco vezes eleita Jogadora do Ano da FIFA, para acabar com a história de nadar e morrer na praia.
Entre novatas e veteranas
   Ao lado dessas três seleções, Japão, Nigéria, Noruega e Suécia completam o privilegiado grupo de países que marcaram presença em todas as edições do Mundial, que tem um clube ainda mais seleto de apenas três campeãs. Somente as norueguesas foram capazes de desafiar o duopólio de alemãs e americanas ao conquistarem o título da Copa do Mundo Feminina da FIFA 1995, disputada na Suécia. Aquela foi a única ocasião em que a competição foi realizada em solo europeu, já que as outras quatro edições se dividiram entre a China (1991 e 2007) e os Estados Unidos (1999 e 2003).
  Agora Augsburgo, Berlim, Bochum, Dresden, Leverkusen, Frankfurt, Möenchengladbach, Sinsheim e Wolfsburgo revivem as emoções daquele sonho de verão que tomou conta da Alemanha 2006 e recebem de braços abertos os milhares de torcedores que caminham pelas suas ruas à espera do momento em que as rainhas do futebol saltarão ao gramado.
  Além das tradicionais forças da competição, Colômbia e Guiné Equatorial se apresentam na elite do futebol feminino com confiança e ambição. As meninas sul-americanas retornam ao cenário no qual, há um ano, surpreenderam o planeta ao conquistarem um impressionante quarto lugar ao estrearem no Mundial Sub-20. "A gente se preparou para ganhar a medalha de ouro", aspira uma das estrelas da seleção, Yoreli Rincón. "Espero que a gente possa decidir o título contra o Brasil. Um triunfo nos ajudaria a consolidar o futebol feminino e, no plano pessoal, me daria um empurrãozinho para destronar a Marta." A empreitada, no entanto, já se apresenta titânica para as colombianas desde a primeira fase, na qual elas terão de passar pelo complicado Grupo C, que conta com EUA, Suécia e Coreia do Norte.
  Já a Guiné Equatorial chega com maior discrição, mas com grandes pretensões. O sorteio, contudo, também não lhe concedeu uma estreia tranquila. Dois campeões continentais, Brasil e Austrália, além da Noruega, medirão a força das vice-campeãs africanas.
  O Grupo B, por sua vez, parece um pouco mais simples do os anteriores, já que Japão e Inglaterra aparecem como francos favoritos. Mas asiáticas e europeias terão de tomar cuidado com as seleções de Nova Zelândia e México, que pretendem provar que não têm nada de ingênuas. As astecas, sobretudo, vêm fortalecidas pela vitória sobre os EUA nas eliminatórias da América do Norte, Central e Caribe, que obrigou as campeãs olímpicas a buscarem a vaga na repescagem contra a Itália.
  E quem arrisca um prognóstico para o Grupo A? Além das donas da casa, a chave reúne as francesas, as canadenses, campeãs da CONCACAF, e as nigerianas, coroadas como as melhores da África. Algumas delas, aliás, já se conhecem. É o caso de jovens promissoras da Alemanha e da Nigéria, que há apenas um ano se enfrentaram neste mesmo país, por ocasião da grande final sub-20. As alemãs Kim Kulig, Alexandra Popp e Bianca Schmidt ergueram a taça em 2010 e agora podem se consagrar na Copa do Mundo Feminina da FIFA. Já as africanas apostam ainda mais na juventude e contam com oito jogadoras daquela decisão para o desafio deste ano.
  Enquanto as novatas vão ganhando espaço, começa também a contagem regressiva para a despedida de algumas veteranas, como Homare Sawa, do Japão, Christie Rampone, dos EUA, e Perpetua Nkwocha, da Nigéria.        
  Mas chega de conjecturas. Temos pela frente 22 dias de competição e 32 jogos, nos quais 336 jogadoras lutarão por um troféu de 45 centímetros de altura e 1,8 kg de peso. Dentro de campo, 51 árbitras e assistentes apitarão os confrontos, enquanto fora dele mais de 2 mil jornalistas credenciados cobrirão o torneio e mais de 670 mil pessoas tomarão as arquibancadas.
  Cerca de 75% dos ingressos para as partidas já estão vendidos (ainda dá tempo de comprar o seu bilhete), mas, se você não puder vir aos estádios, não se preocupe. O FIFA.com fará a cobertura completa deste fantástico evento.
Willkommen, bienvenu, welcome, bem-vindo… e que comece o espetáculo!