A dura vida de ser uma das melhores
(FIFA.com) Sexta-feira 10 de junho de 2011
Ser uma integrante fundamental de uma das equipes mais fortes do planeta nos últimos anos e, com isso, ser consagrada como uma das melhores jogadoras do mundo nem sempre parece ser o bastante para que a atacante Cristiane receba todo o reconhecimento que merece. O problema é que, no futebol do Brasil, ser “uma das melhores” parece pouca coisa.
Por um lado, a atacante de 26 anos não se importa: convive com gosto com a condição de escudeira da badalada estrela Marta. Divide com ela as ações ofensivas da Seleção e se aproveita da atenção despertada pela camisa 10. O que incomoda a paulista mesmo é constatar a falta de reconhecimento pelos grandes resultados obtidos pelas brasileiras nos últimos tempos. Tudo porque a equipe tem sido “uma das melhores”, mas ainda não foi campeã.
“Nós já fizemos demais para mudar a maneira como o futebol feminino é visto e apoiado dentro do Brasil: são nada menos do que três finais nas últimas grandes competições”, conta a artilheira ao FIFA.com, referindo-se aos vice-campeonatos nos Torneios Olímpicos de Atenas 2004 e Pequim 2008, assim como na última Copa do Mundo Feminina da FIFA China 2007. “Mas aqui no Brasil, sobretudo no meio do futebol que é tão mal acostumado, ninguém liga para esses resultados. Só ligam para títulos. Eu lembro que as alemãs, por exemplo, ficaram com a medalha de bronze em Pequim e chegaram em casa com uma baita de uma festa para elas. E aqui perder a final parece que apaga todo o resto.”
Companheiras ideais
A paulista tem razão quando fala da cultura futebolística brasileira de prezar apenas quem conquista a taça. Tanto é verdade que, mais do que os espetaculares resultados obtidos ao longos dos últimos anos, o grande estopim para a popularidade da modalidade no Brasil têm sido as conquistas individuais de Marta, vencedora dos últimos cinco troféus de Jogadora do Ano da FIFA – um recorde.
Na posição de quem já esteve indicada entre as três finalistas do prêmio – como uma das melhores do mundo em 2008 – e de quem foi goleadora das duas últimas edições do Torneio Olímpico de Futebol Feminino, Cristiane definitivamente sabe atuar ao lado de Marta e só vê vantagens em ter uma celebridade como companheira de ataque.
“Eu muitas vezes estou na disputa de prêmios individuais e, então, as pessoas tendem a querer fazer comparação, mas isso não adianta: a Marta é diferenciada e sempre mereceu tudo o que conquistou. Além do mais, nós temos características completamente diferentes. É bom, porque acabamos nos completando”, conta a atacante, que deve boa parte de seus gols à atenção que a camisa 10 desperta. “Claro que é ruim para ela ser tão visada, mas ela tem talento de sobra para sair dessas situações. E, para quem está ao lado, é uma jogadora que ajuda demais, porque atrai a marcação, então eu sempre sei que algum espaço vai acabar sobrando”, sorri a jogadora.
Regredir jamais
Como alguém que atuou no futebol alemão durante duas temporadas e meia - pelo Turbine Potsdam e pelo Wolfsburg, entre 2006 e 2008 -, Cristiane sabe bem o que esperar da Copa do Mundo Feminina da FIFA Alemanha 2011, em que o Brasil está no grupo D, ao lado de Noruega, Guiné Equatorial e Austrália, a adversária da estreia no dia 29 de junho.
“A Copa do Mundo na Alemanha será um espetáculo. Eu joguei lá e sei bem a paixão que eles têm pelo esporte e a estrutura que têm à disposição”, conta a atual jogadora do Santos. “No Tour de Boas Vindas, este ano, já pudemos ter uma amostra: os ingressos para a nossa estreia já estavam quase todos vendidos. Vai ser o maior Mundial da história.”
Mas, com tudo de inesquecível que a experiência promete ter, depois de ter chegado a três grandes finais e constatado que esses resultados não foram o suficiente para revolucionar o futebol feminino no Brasil, Cristiane enxerga uma pressão ainda maior sobre a Seleção. Afinal, além de saberem que qualquer coisa abaixo de um título custará a gerar reconhecimento, as meninas agora estabeleceram uma meta elevadíssima para si próprias.
“Em 2007, para falar a verdade, tivemos uma preparação até melhor do que a que a de agora. Sinceramente, acho que partimos um passo atrás de equipes como Alemanha ou Estados Unidos”, explica ela. “Mas agora se espera muito de nós. Pelo bem do futebol feminino brasileiro nos próximos anos, nós simplesmente não podemos regredir.” Para quem tem como atual patamar ser finalista, não é pouca coisa. Vai ser preciso brigar pelo título outra vez. “E agora já é hora de vencê-lo.”
Por um lado, a atacante de 26 anos não se importa: convive com gosto com a condição de escudeira da badalada estrela Marta. Divide com ela as ações ofensivas da Seleção e se aproveita da atenção despertada pela camisa 10. O que incomoda a paulista mesmo é constatar a falta de reconhecimento pelos grandes resultados obtidos pelas brasileiras nos últimos tempos. Tudo porque a equipe tem sido “uma das melhores”, mas ainda não foi campeã.
“Nós já fizemos demais para mudar a maneira como o futebol feminino é visto e apoiado dentro do Brasil: são nada menos do que três finais nas últimas grandes competições”, conta a artilheira ao FIFA.com, referindo-se aos vice-campeonatos nos Torneios Olímpicos de Atenas 2004 e Pequim 2008, assim como na última Copa do Mundo Feminina da FIFA China 2007. “Mas aqui no Brasil, sobretudo no meio do futebol que é tão mal acostumado, ninguém liga para esses resultados. Só ligam para títulos. Eu lembro que as alemãs, por exemplo, ficaram com a medalha de bronze em Pequim e chegaram em casa com uma baita de uma festa para elas. E aqui perder a final parece que apaga todo o resto.”
Companheiras ideais
A paulista tem razão quando fala da cultura futebolística brasileira de prezar apenas quem conquista a taça. Tanto é verdade que, mais do que os espetaculares resultados obtidos ao longos dos últimos anos, o grande estopim para a popularidade da modalidade no Brasil têm sido as conquistas individuais de Marta, vencedora dos últimos cinco troféus de Jogadora do Ano da FIFA – um recorde.
Na posição de quem já esteve indicada entre as três finalistas do prêmio – como uma das melhores do mundo em 2008 – e de quem foi goleadora das duas últimas edições do Torneio Olímpico de Futebol Feminino, Cristiane definitivamente sabe atuar ao lado de Marta e só vê vantagens em ter uma celebridade como companheira de ataque.
“Eu muitas vezes estou na disputa de prêmios individuais e, então, as pessoas tendem a querer fazer comparação, mas isso não adianta: a Marta é diferenciada e sempre mereceu tudo o que conquistou. Além do mais, nós temos características completamente diferentes. É bom, porque acabamos nos completando”, conta a atacante, que deve boa parte de seus gols à atenção que a camisa 10 desperta. “Claro que é ruim para ela ser tão visada, mas ela tem talento de sobra para sair dessas situações. E, para quem está ao lado, é uma jogadora que ajuda demais, porque atrai a marcação, então eu sempre sei que algum espaço vai acabar sobrando”, sorri a jogadora.
Regredir jamais
Como alguém que atuou no futebol alemão durante duas temporadas e meia - pelo Turbine Potsdam e pelo Wolfsburg, entre 2006 e 2008 -, Cristiane sabe bem o que esperar da Copa do Mundo Feminina da FIFA Alemanha 2011, em que o Brasil está no grupo D, ao lado de Noruega, Guiné Equatorial e Austrália, a adversária da estreia no dia 29 de junho.
“A Copa do Mundo na Alemanha será um espetáculo. Eu joguei lá e sei bem a paixão que eles têm pelo esporte e a estrutura que têm à disposição”, conta a atual jogadora do Santos. “No Tour de Boas Vindas, este ano, já pudemos ter uma amostra: os ingressos para a nossa estreia já estavam quase todos vendidos. Vai ser o maior Mundial da história.”
Mas, com tudo de inesquecível que a experiência promete ter, depois de ter chegado a três grandes finais e constatado que esses resultados não foram o suficiente para revolucionar o futebol feminino no Brasil, Cristiane enxerga uma pressão ainda maior sobre a Seleção. Afinal, além de saberem que qualquer coisa abaixo de um título custará a gerar reconhecimento, as meninas agora estabeleceram uma meta elevadíssima para si próprias.
“Em 2007, para falar a verdade, tivemos uma preparação até melhor do que a que a de agora. Sinceramente, acho que partimos um passo atrás de equipes como Alemanha ou Estados Unidos”, explica ela. “Mas agora se espera muito de nós. Pelo bem do futebol feminino brasileiro nos próximos anos, nós simplesmente não podemos regredir.” Para quem tem como atual patamar ser finalista, não é pouca coisa. Vai ser preciso brigar pelo título outra vez. “E agora já é hora de vencê-lo.”
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