Uma paixão santista
(FIFA.com) Quarta-feira 18 de maio de 2011
As arrancadas de Neymar hipnotizam os olhos e contorcem adversários. Seus gols também levantam a plateia, enquanto os passes de Paulo Henrique Ganso muitas vezes deixam todos os presentes atônitos. Apesar de todo o talento esbanjado pela jovem e badalada dupla, não seria exagero dizer, porém, que o jogador mais querido na Vila Belmiro é aquele camisa 3, de 1,69m de altura e 35 anos de idade, mas de fôlego incansável. Quando o assunto é o baixinho Léo, a paixão do torcedor do Santos fala mais alto. Estamos falando de um legítimo xodó.
Se não, vejamos. Na conquista do Campeonato Paulista contra o Corinthians, no último domingo, o lateral-esquerdo saiu de campo aclamado, com aplausos de pé. Era como se o estádio tivesse parado para reverenciá-lo, atenção plena que Elano e Neymar não conseguiram chamar. Em abril, o veterano já havia ganhado uma eleição promovida em redes sociais para usar uma camisa 99 comemorativa pelo aniversário do clube contra a Ponte Preta, desbancando os prodígios. Na verdade, pelo segundo ano consecutivo. O que não impede de se admirar com o fato.
“Eu fiquei surpreso, claro. Porque Neymar, Paulo Henrique e Elano são os atletas do momento, com a mídia toda em cima. Sempre penso que não tem como (ganhar uma eleição de popularidade). Isso, no fim, conta muito para mim. O carinho que eu tenho por esses torcedores é enorme”, afirma ao FIFA.com. A demonstração do público no domingo mostrou que a recíproca é bem verdadeira.
Outro papel
O Santos entra em campo nesta quarta-feira, contra o Once Caldas, pela volta das quartas de final da Copa Libertadores com a possibilidade de jogar por um empate. Nesse contexto, se Ganso está fora, lesionado, é um luxo poder contar com o talento de Neymar e a precisão de Elano nas finalizações e cruzamentos, os jogadores do momento, como o próprio Léo admite, que empurram o agora disciplinado time de Muricy Ramalho. Mas a dedicação do experiente lateral não passa despercebida e não é menos importante em um torneio aguerrido feito a Libertadores.
Nesse quesito, o jogador sobra – como mostrou na volta das oitavas contra o América do México, em que suportou os sufocantes minutos finais com dores musculares e teve de ficar em campo devido a uma fratura no nariz sofrida pelo zagueiro Edu Dracena. “Você representa o torcedor dentro de campo, é uma grande responsabilidade, e isso só dá mais motivação para me dedicar ao máximo. É o que falo: os garotos são o símbolo da juventude, da alegria do jogo, e eu sou o símbolo da luta da vontade, da perseverança. Cada jogador significa alguma coisa”, diz.
Se o rendimento de Léo, que vai completar 36 anos em julho, é de fato louvável, talvez o jogador fale com modéstia sobre aspectos técnicos. O jogador serve de complemento ideal para o toque de bola de seus companheiros, com deslocamentos eficientes e bom passe.
De camarote
De certa forma, é como em 2002, quando fazia uma dupla fatal com o então garoto Robinho pela faixa esquerda, contribuindo para a histórica conquista do Campeonato Brasileiro. Aquela equipe também contava com Elano e exibia ainda em sua escalação talentos como o meia Diego, o volante Renato e o zagueiro Alex. Esse é um privilégio para Léo: ver de pertinho o desenvolvimento de duas gerações marcantes para o clube que revelou Pelé e tantos craques.
“Tem sido maravilhoso poder acompanhar tudo de novo. Aquele time de 2002 marcou muito, por ter acabado com o jejum absurdo do Santos. Conquistou o Brasileirão com um futebol muito bonito, mas acabou ficando só nisso, não conseguiu prolongar. Esse de hoje, não. Ele vem encantando e ganhando, já com mais títulos”, diz.
Quanto mais troféus a equipe ganhar, maior o currículo que o lateral, que caminha para completar 400 jogos pelo clube neste ano, poderá apresentar para terminar entre os grandes de sua história. Algo que pesou em seu retorno ao país em 2009, após uma bela passagem pelo Benfica. Ele conta que foi muito assediado por Internacional e Fluminense, mas que seria muito difícil deixar o Santos de lado depois de tanta identificação gerada. “A proposta do Fluminense era muito superior, não tinha como comparar. Mas abri mão de muita coisa para voltar. Abaixei meu salário duas vezes. Sou muito grato ao clube. É lógico que tenho de ser valorizado pelo meu trabalho, mas não tem como eu me arrepender, mesmo se não tivesse títulos. Fico muito feliz de poder fazer parte dessa história que o Santos tem feito.”
A história continuaO contrato de Léo com o Santos se encerra no final do ano. Mas ele afirma que as negociações para a prorrogação do vínculo para o fim de 2012 já estão “bem adiantadas”. Eventualmente, passa por sua cabeça um deslocamento para o meio-campo no futuro. “Tenho pensando nisso, mesmo. Na lateral você tem um desgaste absurdo.”
Ainda mais quando se enfrenta a sequência dura de jogos pela qual passou o Santos nas últimas semanas. O time encarou o embalado São Paulo na semifinal do Paulistão, bateu de frente com o América nas oitavas continentais e intercalou a decisão estadual com o duelo com o Once Caldas, seu algoz na Libertadores de 2004, um jogo que Léo assegura estar na sua memória apesar do sete anos passados. “É muito difícil, são viagens desgastantes. Conta o estresse para o jogo, a recuperação que vamos ter depois da partida e a volta pra casa. Mas graças a Deus fomos recompensados pelo título no domingo. Esperamos fazer um grande jogo contra o Once Caldas e passar.”
“A gente tem que administrar o cansaço, não tem outro jeito de a coisa fluir, mas está sendo bom. Eu trabalho muito, procuro sempre estar sempre bem fisicamente. Não existe outro meio no futebol”, completa. O reconfortante para o lateral, nesse caso, é que tanto suor só lhe rende mais admiração da torcida.
Se não, vejamos. Na conquista do Campeonato Paulista contra o Corinthians, no último domingo, o lateral-esquerdo saiu de campo aclamado, com aplausos de pé. Era como se o estádio tivesse parado para reverenciá-lo, atenção plena que Elano e Neymar não conseguiram chamar. Em abril, o veterano já havia ganhado uma eleição promovida em redes sociais para usar uma camisa 99 comemorativa pelo aniversário do clube contra a Ponte Preta, desbancando os prodígios. Na verdade, pelo segundo ano consecutivo. O que não impede de se admirar com o fato.
“Eu fiquei surpreso, claro. Porque Neymar, Paulo Henrique e Elano são os atletas do momento, com a mídia toda em cima. Sempre penso que não tem como (ganhar uma eleição de popularidade). Isso, no fim, conta muito para mim. O carinho que eu tenho por esses torcedores é enorme”, afirma ao FIFA.com. A demonstração do público no domingo mostrou que a recíproca é bem verdadeira.
O processo para renovação (do contrato) está bem adiantado
Léo
O Santos entra em campo nesta quarta-feira, contra o Once Caldas, pela volta das quartas de final da Copa Libertadores com a possibilidade de jogar por um empate. Nesse contexto, se Ganso está fora, lesionado, é um luxo poder contar com o talento de Neymar e a precisão de Elano nas finalizações e cruzamentos, os jogadores do momento, como o próprio Léo admite, que empurram o agora disciplinado time de Muricy Ramalho. Mas a dedicação do experiente lateral não passa despercebida e não é menos importante em um torneio aguerrido feito a Libertadores.
Nesse quesito, o jogador sobra – como mostrou na volta das oitavas contra o América do México, em que suportou os sufocantes minutos finais com dores musculares e teve de ficar em campo devido a uma fratura no nariz sofrida pelo zagueiro Edu Dracena. “Você representa o torcedor dentro de campo, é uma grande responsabilidade, e isso só dá mais motivação para me dedicar ao máximo. É o que falo: os garotos são o símbolo da juventude, da alegria do jogo, e eu sou o símbolo da luta da vontade, da perseverança. Cada jogador significa alguma coisa”, diz.
Se o rendimento de Léo, que vai completar 36 anos em julho, é de fato louvável, talvez o jogador fale com modéstia sobre aspectos técnicos. O jogador serve de complemento ideal para o toque de bola de seus companheiros, com deslocamentos eficientes e bom passe.
De camarote
De certa forma, é como em 2002, quando fazia uma dupla fatal com o então garoto Robinho pela faixa esquerda, contribuindo para a histórica conquista do Campeonato Brasileiro. Aquela equipe também contava com Elano e exibia ainda em sua escalação talentos como o meia Diego, o volante Renato e o zagueiro Alex. Esse é um privilégio para Léo: ver de pertinho o desenvolvimento de duas gerações marcantes para o clube que revelou Pelé e tantos craques.
“Tem sido maravilhoso poder acompanhar tudo de novo. Aquele time de 2002 marcou muito, por ter acabado com o jejum absurdo do Santos. Conquistou o Brasileirão com um futebol muito bonito, mas acabou ficando só nisso, não conseguiu prolongar. Esse de hoje, não. Ele vem encantando e ganhando, já com mais títulos”, diz.
Quanto mais troféus a equipe ganhar, maior o currículo que o lateral, que caminha para completar 400 jogos pelo clube neste ano, poderá apresentar para terminar entre os grandes de sua história. Algo que pesou em seu retorno ao país em 2009, após uma bela passagem pelo Benfica. Ele conta que foi muito assediado por Internacional e Fluminense, mas que seria muito difícil deixar o Santos de lado depois de tanta identificação gerada. “A proposta do Fluminense era muito superior, não tinha como comparar. Mas abri mão de muita coisa para voltar. Abaixei meu salário duas vezes. Sou muito grato ao clube. É lógico que tenho de ser valorizado pelo meu trabalho, mas não tem como eu me arrepender, mesmo se não tivesse títulos. Fico muito feliz de poder fazer parte dessa história que o Santos tem feito.”
A história continuaO contrato de Léo com o Santos se encerra no final do ano. Mas ele afirma que as negociações para a prorrogação do vínculo para o fim de 2012 já estão “bem adiantadas”. Eventualmente, passa por sua cabeça um deslocamento para o meio-campo no futuro. “Tenho pensando nisso, mesmo. Na lateral você tem um desgaste absurdo.”
Ainda mais quando se enfrenta a sequência dura de jogos pela qual passou o Santos nas últimas semanas. O time encarou o embalado São Paulo na semifinal do Paulistão, bateu de frente com o América nas oitavas continentais e intercalou a decisão estadual com o duelo com o Once Caldas, seu algoz na Libertadores de 2004, um jogo que Léo assegura estar na sua memória apesar do sete anos passados. “É muito difícil, são viagens desgastantes. Conta o estresse para o jogo, a recuperação que vamos ter depois da partida e a volta pra casa. Mas graças a Deus fomos recompensados pelo título no domingo. Esperamos fazer um grande jogo contra o Once Caldas e passar.”
“A gente tem que administrar o cansaço, não tem outro jeito de a coisa fluir, mas está sendo bom. Eu trabalho muito, procuro sempre estar sempre bem fisicamente. Não existe outro meio no futebol”, completa. O reconfortante para o lateral, nesse caso, é que tanto suor só lhe rende mais admiração da torcida.
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