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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Grupo E

Tarde demais: Chelsea dá show, mas
é eliminado com vitória do Juventus

   Blues atropelam Nordsjaelland por 6 a 1 e deixam boa impressão perto do Mundial. Italianos fazem mais do que sua parte contra Shakhtar na Ucrânia


   É uma daquelas ironias que o futebol gosta de pregar. Em sua possível melhor atuação na temporada 2012/2013, o Chelsea deixou Stamford Bridge justamente com um sorriso amarelo. A goleada por 6 a 1 sobre o Nordsjaelland, nesta quarta-feira, pela sexta e última rodada do Grupo E, não foi o suficiente para levar os Blues às oitavas de final da Liga dos Campeões. O time fez sua parte, mas o Juventus fez mais do que isso na Ucrânia ao derrotar o Shakhtar Donetsk, por 1 a 0. Pela primeira vez na história, o atual campeão despediu-se da principal competição do continente ainda na fase inicial - e ganhou de presente uma vaga na menos badalada Liga Europa.
   Em campo, dois brasileiros estiveram entre os protagonistas. O zagueiro David Luiz foi o responsável por abrir o placar na terceira cobrança de pênalti do jogo - Stokholm e Hazard desperdiçaram suas cobranças. E Oscar, que começou no banco de reservas, fechou a goleada no segundo tempo. Fernando Torres, duas vezes, Gary Cahill e Juan Mata completaram para os donos da casa, enquanto John descontou para os visitantes.

David Luiz, Chelsea e Nordsjaelland (Foto: Getty Images)
Chelsea de David Luiz deixou Stamford Bridge com um sorriso amarelo após a eliminação (Getty Images)

  O resultado levou os ingleses aos dez pontos, mesma pontuação do Shakhtar, que perdeu para o Juventus na Donbass Arena, por 1 a 0, graças ao gol contra de Kucher, aos 11 minutos do segundo tempo. Os ucranianos levam a melhor, porém, graças ao confronto direto (marcaram um gol fora de casa a mais). A Velha Senhora, que só precisava de um empate, chegou aos 12 e terminou em primeiro na chave. O Nordsjaelland, por sua vez, acabou com apenas um ponto.

   No próximo dia 20 de dezembro, a Uefa irá sortear os confrontos das oitavas de final. O primeiro de cada grupo só poderá enfrentar os segundos colocados - desde que ele não seja do mesmo país. Haverá uma nova cerimônia antes das quartas de final para definir os futuros duelos.
   De qualquer forma, o Chelsea ganha um empurrão motivacional para a sequência da temporada e, mais ainda, a disputa do Mundial de Clubes. No próximo sábado, após o confronto contra o Sunderland, fora de casa, pelo Campeonato Inglês, a delegação seguirá direto rumo ao Japão, onde estreará no torneio da Fifa na próxima quinta-feira. O adversário da semifinal sairá do confronto entre Ulsan Hyundai ou Monterrey, que duelam neste domingo.

Comemoração da Juventus contra o Shakthar Donestk (Foto: Agência AFP)
Vitória sobre o Shakhtar em Donetsk deixou o Juventus em primeiro no Grupo E (Foto: Agência AFP)

Blitz e pênaltis. Muitos pênaltis...
   Oscar novamente figurava no banco de reservas. Na véspera da partida, Rafa Benítez argumentou que se tratava de um rodízio, para manter seus jogadores inteiros fisicamente até o fim da temporada. Coincidência ou não, o Chelsea fez um de seus melhores primeiros tempos nas últimas semanas e desceu para o vestiário com uma vantagem confortável - que poderia ter se transformado até em goleada.
   Por muito pouco, porém, os Blues não sofreram o primeiro gol. Seria com a primeira das três cobranças de pênalti da etapa inicial, duas delas bem contestáveis marcadas pelo árbitro holandês Bas Nijhuis. Mas voltemos ao lance mais abaixo.

Rafa Benítez Chelsea (Foto: Reuters)
Rafa Benítez viu o Chelsea dar show, mas ainda
assim ser eliminado de forma precoce (Reuters)

   Até a marcação contra, o Chelsea mostrava que a pressão às vésperas do Mundial de Clubes surtia efeito. Necessitando de uma vitória combinada com uma derrota do Juventus para o Shakhtar, em Donetsk, a equipe londrina foi para cima desde o início e logo criou suas chances. Deve-se ressaltar, é claro, que a fragilidade do adversário, segundo colocado no Campeonato Dinamarquês, também contribuiu.
   Ouvindo a torcida gritar o nome de Di Matteo, demitido recentemente, o sucessor Benítez viu seu time implementar uma blitz na defesa dinamarquesa. Fernando Torres, por mais incrível que pareça, era nome de destaque, assim como o nigeriano Victor Moses, substituto de Oscar. Foram os dois que criaram oportunidades perigosas aos sete, dez e 11 minutos. O goleiro Hansen trabalhou bem também em cruzamento de Hazard, aos 16. Aos 26, deu a sorte de o corte do zagueiro Gundelach parar no travessão.
   Os pênaltis nasceram na sequência. O primeiro deles talvez o mais polêmico, quando definitivamente Gary Cahill pôs a mão na bola - porém fora da área. O capitão Stokholm se encarregou da cobrança, mas Petr Cech pulou no canto direito para salvar. O reflexo dos donos da casa foi justamente conseguir uma penalidade a favor. A história se repetiu: Beckmann colocou a mão após cabeçada de Cahill. Hazard chutou no canto esquerdo de Hansen, que também advinhou o canto. Aos 37, mais um pênalti, em chute de Juan Mata que resvalou na mão de Stokholm. Desta vez, porém, David Luiz cobrou com categoria e finalmente abriu o placar.
   Se a atuação se mostrava animadora, o Chelsea chegou ao seu segundo gol ainda na etapa inicial. Fernando Torres, que já era dono de boa atuação, recebeu ótima bola de Moses na grande área, ganhou na dividida do goleiro Hansen e tocou para as redes: 2 a 0 e parada quase definida.

Chelsea leva susto, mas passeia
   Talvez por relaxamento, o Chelsea precisou ligar o sinal de alerta logo no início do segundo tempo. Com menos de um minuto, Lorentzen lançou Joshua John em profundidade. O atacante saiu nas costas de Ivanovic, tocou por cima de Cech e diminuiu a diferença.
   Não demorou, no entanto, para os Blues ratificarem sua superioridade. O primeiro ato veio na bola área, quando Juan Mata cobrou falta na cabeça de Gary Cahill, aos cinco. Pouco depois, aos dez, Hazard puxou contra-ataque e rolou rasteiro para Torres se antecipar à zaga e marcar o seu segundo.
   Já era goleada, mas os azuis precisavam, acima de tudo, deixa uma boa impressão. Mata, em mais um contra-golpe, anotou o quinto aos 17, aproveitando rebote de Hansen em finalização do próprio espanhol. Minutos depois de entrar no lugar de Ramires, Oscar deu números finais: aos 25, ele recebeu de Mata - talvez o melhor em campo - para tocar na saída do goleiro dinamarquês.

Juve faz mais do que sua parte
   Se os rumores de que Shakhtar e Juventus fariam um jogo de cumpadres para eliminar o Chelsea eram grandes antes do jogo, a Velha Senhora tratou de rechaçar a hipótese dentro de campo. Sob frio de -2ºC, os italianos se impuseram na Donbass Arena e venceram pelo placar mínimo. O gol da vitória saiu aos 11 minutos do segundo tempo, com Kucher, contra, após cruzamento da direita e ligeira pressão de Giovinco.

http://www.soccersouls.com/wp-content/uploads/2012/12/Juventus-Shakhtar-Marchisio-defending-418x215.jpg

   Os ucranianos, até então apagados, só acordaram quando estavam em desvantagem e não conseguiram o gol que os deixasse na ponta do Grupo E. Fato que pode complicá-los no sorteio do próximo dia 20, já que Bayern de Munique, Manchester United e Barcelona são três dos possíveis adversários.

Kucher e Giovinco, Shakhtar Donetsk e Juventus (Foto: Agência Reuters)
Kucher e Giovinco foram protagonistas do único gol do jogo na fria Donbass Arena (Foto: Agência Reuters)

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