No adeus ao Rasunda, Brasil vence a Suécia e alivia pressão após prata
Com festa e homenagens a campeões de 1958, Seleção volta a repetir erros dos Jogos Olímpicos, mas triunfa por 3 a 0 com gols de Pato e Damião
Artilheiro dos Josete jogos com a amarelinha. Já nos minutos finais, Alexandre Pato saiu do banco para incendiar a partida e marcar outros dois gols.
A vitória pode significar alívio para a comissão técnica. Uma derrota colocaria ainda mais lenha na fogueira de especulações sobre a permanência ou não de Mano Menezes, apesar das recentes garantias do presidente da CBF, José Maria Marin, e do diretor de Seleções, Andrés Sanches.
Jogadores do Brasil abraçam Damião após o primeiro gol da Seleção no Rasunda (Foto: Mowa Press)
A partida teve um tom de recomeço. A Seleção deu seus primeiros passos de olho no novo projeto: a Copa das Confederações, no ano que vem. Os próximos serão dados em setembro, quando o Brasil enfrenta a África do Sul, no dia 7, em São Paulo, e a China, três dias depois, no Recife.
Festa, homenagens e "peso da camisa"
- Um pouco pesada, mas é um orgulho muito grande fazer parte dessa festa e ver os ídolos que deram o primeiro titulo para o Brasil - disse Neymar, no intervalo.
De qualquer forma, muita festa no Rasunda. Dançarinas brasileiras e suecas fantasiadas desfilaram pelo gramado, enquanto os campeões e vice-campeões do mundo, em 58, foram homenageados. Outros nomes que marcaram o futebol da Suécia também foram saudados, como o ex-goleiro Thomas Ravelli e o ex-atacante Henrik Larsson. Estrela maior, Pelé - emocionado - falou para o público. A rainha Sìlvia, da Suécia, também esteve no estádio e acompanhou a partida ao lado do vice-presidente da República, Michel Temer.
Pelé é homenageado no Rasunda (Foto: Mowa Press)
- É um momento de muita emoção. Nesse estádio, quando eu tinha 17 anos, muitos de vocês ainda não eram nascidos. Foi muito especial não só para mim, mas para todo o Brasil, que conquistou seu primeiro título mundial aqui. Eu quero retornar a vocês todo o amor que me deram em 1958. Eu amo vocês - disse o Rei, que também deu o pontapé inicial da partida.
Receita olímpica: passe de Neymar, gol de Damião
Em campo, quatro mudanças em relação à equipe que iniciou a partida contra o México, na decisão dos Jogos Olímpicos de Londres. Daniel Alves, David Luiz, Paulinho e Ramires entraram nas vagas de Rafael, Juan, Marcelo (suspenso) e Sandro. Com isso, Alex Sandro voltou à sua posição original e atuou na lateral esquerda.
Do outro lado, Erik Hamren manteve a base da Suécia eliminada na primeira fase da Eurocopa. Entretanto, com um grande desfalque. Com dores no pé, o astro Zlatan Ibrahimovic não foi para o jogo e deu lugar a Marcus Berg.
E os suecos também logo mostraram que não estavam em clima de festa. Logo no início, Larsson levantou Oscar em falta duríssima. Caçado por Wilhelmsson, Neymar também sofreu. O árbitro húngaro Robert Kispal - o único em campo em clima de festa - aliviou e não puniu o atleta.
Com a bola rolando, um Brasil com mais posse e domínio territorial, porém lento e com dificuldades para superar a retranca sueca. Diferentemente das Olimpíadas, Neymar jogou mais centralizado ao lado de Damião, com Oscar caindo pela esquerda, e Ramires, pela direita. Mesmo sem encantar, a Seleção teve as melhores chances. Daniel Alves chegou perto em duas cobranças de falta, e Neymar marcou aproveitando rebote de um chute na trave de Oscar. A arbitragem, no entanto, errou e anulou o lance, apontando impedimento inexistente.
Aos 31, enfim, o Brasil marcou, e com a receita dos Jogos Olímpicos. Assistência de Neymar – quinta nos últimos sete jogos – e gol de Leandro Damião – sétima nos últimos sete jogos. Bem no jogo, o craque do Santos cruzou da esquerda para o camisa 9 completar de cabeça: 1 a 0.
Pato sai do banco e brilha
Na segunda etapa, sem mudanças de peças, a Seleção voltou mais solta e envolvente. Neymar, em bonita jogada individual, e em cobrança de falta, quase marcou, assim como Paulinho, de cabeça, e Leandro Damião e Oscar em chutes de fora da área.
Aos 30, Mano começou a mexer no time. De uma só tacada, trocou Oscar, Damião e David Luiz por Hulk, Alexandre Pato e Dedé. O zagueiro do Chelsea saiu machucado.
Com as mudanças, o ritmo do jogo caiu um pouco e a Seleção se mostrou satisfeita com a vitória magra. Após uma pancada, Neymar saiu mancando e deu lugar a Lucas, mas foi Alexandre Pato quem brilhou nos minutos finais. Primeiro, em posição duvidosa, ele recebeu passe de Daniel Alves para ampliar aos 40: 2 a 0. Dois minutos depois, o atacante do Milan recebeu em profundidade de Ramires e foi derrubado na área. Pênalti, que o próprio Pato cobrou e selou a vitória brasileira, já aos 44.
Pato saiu do banco para marcar duas vezes pelo Brasil no amistoso (Foto: Mowa Press)
Isaksson; Larsson, Granqvist, Olsson e Safari; Wernbloom, Holmen, Elm (Svensson) e Wilhelmsson (Kacanikilic); Marcus Berg ( Husén) e Toivonen. | Gabriel, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz (Dedé) e Alex Sandro; Rômulo, Paulinho, Ramires e Oscar (Hulk); Neymar (Lucas) e Leandro Damião (Pato). |
Técnico: Erik Hamren | Técnico: Mano Menezes. |
Gols: Leandro Damião, aos 31 do primeiro tempo; Alexandre Pato, aos 40 e aos 44 do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Thiago Silva (Brasil); Larsson e Wernbloom (Suécia) | |
Local: Estádio Rasunda, em Estocolmo (Suécia). Árbitro: Viktor Kassai (Hungria) Auxiliares: Robert Kispal (Hungria) e Tibor Vamos (Hungria) |
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