Argentina sem rumo
(FIFA.com) Quinta-feira 7 de julho de 2011
Quando a seleção argentina conheceu os seus adversários da primeira fase da Copa América 2011, a opinião geral foi firme e unânime: a sorte havia sorrido à seleção de Sergio Batista, que em teoria não veria a sua classificação ameaçada em uma chave dividida com Bolívia, Colômbia e Costa Rica.
No entanto, passadas duas rodadas no Grupo A, a situação é bem diferente. A "alviceleste" empatou com bolivianos e colombianos e agora depende do seu último compromisso, contra os costa-riquenhos, para confirmar presença nas quartas de final. Porém, o que mais preocupa o técnico é que a seleção ainda não mostrou a clara superioridade que dela se esperava diante de nenhum adversário.
"As coisas não estão acontecendo como esperávamos, esta é a verdade", explicou Batista após o empate sem gols com a Colômbia em Santa Fé. "O conjunto está lento e comete muitos erros. Isto faz com que nos desorganizemos e nos desesperemos. Não estamos jogando como gostaríamos."
O mal-estar do treinador era compreensível. Em 180 minutos, a Argentina marcou somente um gol — o de Sergio Agüero contra a Bolívia —, correu mais do que de fato jogou e dependeu em grande parte do goleiro Sergio Romero para não sofrer uma derrota. Foi o que também pensaram os usuários da página do torneio na internet, que escolheram o arqueiro como o melhor jogador em campo contra os colombianos.
Haverá mudanças para a partida decisiva contra a Costa Rica? "Pensaremos nisto nos próximos dias", declarou Batista. "Poderíamos jogar com dois meias e escalarmos mais um atacante. Falta um centroavante para jogar entre os zagueiros, mas também podemos usar o Javier Pastore para fazer a ligação com o Messi. Vamos ver", completou o treinador, que espera superar os costa-riquenhos para endireitar o rumo do seu selecionado e brigar por um título em torneios oficiais que vem escapando nos últimos 18 anos. "Se vencermos, chegaremos a cinco pontos e nos classificaremos. Precisamos entrar em campo com esta mentalidade. Será uma verdadeira final."
Insatisfação justificada A história é clara: em todas as edições da Copa América, o torneio de seleções mais antigo do mundo, apenas em uma ocasião uma seleção foi campeã depois de iniciar a campanha com dois ou mais empates. Foi o Brasil de 1922, que, também jogando em casa, não passou da igualdade com Chile, Paraguai e Uruguai, mas acabou erguendo o troféu.
Talvez por isso vários torcedores argentinos demonstraram a sua decepção em relação ao conjunto na saída do campo em Santa Fé. "As pessoas têm razão de perderem a paciência", afirmou Carlos Tévez, titular em ambos os compromissos. "Mas o que dizer? Não podemos falar mais nada, temos de mostrar trabalho dentro de campo. Sou atacante e quase não chutei a gol."
O jogador do Manchester City, ponto de referência de uma geração que brilhou na categoria júnior, também falou das inúmeras estrelas do elenco que ainda não renderam o esperado. "Bons jogadores há em toda parte, mas você não existe se não aparecer no conjunto", analisou. "Algumas pessoas esperam que marquemos quatro gols em cinco minutos, mas isto é impossível. Vamos melhorar, aos poucos chegaremos lá."
Quem concordou foi Esteban Cambiasso, que refletiu o pensamento de todo o elenco em relação ao jogo decisivo da próxima segunda-feira contra a Costa Rica. "Não temos mais de pensar na pressão da torcida, que vem nos apoiando muito até agora", garantiu. "O mais importante é que ainda dependemos de nós mesmos. Só precisamos ganhar."
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