Logo em sua primeira resposta na entrevista ao FIFA.com, o lateral Rafinha, 25, já deixa bem claro qual é o seu estado emocional ao acertar um contrato com o Bayern de Munique. Uma dica? Ele usou o termo “feliz” duas vezes. Mas não para por aí.
  Depois de passar um ano no futebol italiano, jogando pelo Genoa, o brasileiro definiu seu retorno à Bundesliga para defender o gigante da Baviera, algo que encara como um privilégio, dada a sua experiência de cinco anos no futebol alemão com o Schalke 04. Ciente do peso da camisa que vai vestir na próxima temporada, o atleta não hesita em anunciar planos ambiciosos, antes mesmo de iniciar qualquer tipo de treinamentos.
  “Vi no Bayern de Munique a oportunidade de vencer a primeira Champions League na carreira”, afirma o lateral, que depois, completa, como se já tivesse elaborado um lema para comunicar ao público: “Empolgação, motivação e trabalho não faltarão para que eu tenha o reconhecimento dos torcedores em Munique”.
 
Com o tempo chegarão mais reforços e com certeza o Bayern buscará títulos. O projeto que me passaram para esta temporada é fantástico.
(Rafinha, lateral do Bayern de Munique)
  
Apoio duplo
  A chegada deste reforço dá ao Bayern mais uma opção de apoio ofensivo pelas laterais, o que é um luxo para um time que já conta em seu plantel com o astro Philipp Lahm. Ao FIFA.com, o líder da seleção alemã afirmou que prefere jogar pela faixa direita, a de origem de Rafinha, mas que poderia voltar para a banda esquerda, desde que se estabelecesse na posição. Do seu lado, o brasileiro prevê uma ótima dinâmica, demonstrando muito respeito pelo novo companheiro.
  “Sem dúvidas vamos fazer uma dupla muito boa de laterais, que dará o máximo de trabalho”, diz. “O Lahm é idolatrado pelos alemães, é o capitão da seleção. Acredito que tem tudo para dar certo nós dois jogando juntos. Na hora de subir ao ataque, acredito que o esquema não permitirá espaço para o adversário. Mas é com o tempo que faremos adaptações.”
  Caso haja necessidade, no Genoa, Rafinha também se descobriu como um volante, atuando improvisado, embora não esconda de ninguém que se sente à vontade, mesmo, na lateral. “Foi por opção do treinador (Davide Ballardini) que gostou da forma como eu desempenhava nos treinos e me escalava nos jogos na mesma função. Não é meu ponto forte, mas só de estar em campo para ajudar a minha equipe, você tem que estar preparado para exercer tais funções.”
Sobre reforços e metas
  A meta do Genoa para o Campeonato Italiano passado era de lutar pelas primeiras posições na tabela, de olho em uma vaga na Liga dos Campeões da UEFA. No fim, porém, a equipe demorou a se encontrar na competição viu esse objetivo 15 pontos distante, terminando a competição apenas com a nona posição.  “O entrosamento da equipe acabou sendo muito tardio. Tanto que no final do Campeonato Italiano se fizéssemos a mesma campanha desde o início, com certeza estaríamos até na briga pelo título ou, no mínimo, por uma vaga para Champions”, diz.
  Nesse ponto, a caminhada com o Bayern já começa bem diferente. Antes da chegada do verão na Alemanha, o clube já definiu a contratação de três atletas – o goleiro Manuel Neuer e o atacante Nils Petersen foram os outros – e trabalha para recompor um grupo forte e voltar à briga pelos grandes troféus, para compensar uma temporada infrutífera.
  De modo que, apesar de ter acabado de testemunhar uma campanha frustrante de seu ex-time, quando altas expectativas estavam formadas, Rafinha transpira confiança. “Com o tempo chegarão mais reforços e com certeza o Bayern buscará títulos”, diz. “O projeto que me passaram para esta temporada é fantástico.”
  Os seguidores da Bundesliga certamente conhecem o tipo de jogador habilidoso que chega a Munique, devido aos anos de observação de seu desempenho no Schalke. O que eles sabem, agora, também é que ele está bem distante de qualquer tipo de frustração pelo ano apagado na Itália e muito motivado, como deixou claro já em sua primeira resposta: “Estou super feliz em poder voltar a um país onde fui muito feliz".