Todos contra PSG: Francês começa com olhos no time de R$ 623 milhões
Desde que foi vendido a um grupo do Qatar, clube movimentou valor recorde em pouco mais de um ano. Ibrahimovic e Thiago Silva tentam apagar vice
Se houve alguma mega-sena nos últimos dois anos dentro do futebol o
vencedor, sem dúvidas, foi o Paris Saint-Germain. Enquanto o Manchester
City manteve-se à espreita principalmente no atual mercado, o clube do
sheik Tamin Bin Hamad Al Thani gastou o que considerou possível para ser
reconhecido como o novo manda-chuva do planeta bola. Com as ajudas de
aproximados R$ 623 milhões investidos, de salários exorbitantes, da
lábia do diretor brasileiro Leonardo e de cartões postais - a Torre
Eiffel que o diga -, o clube conseguiu convencer craques a abrilhantarem
ainda mais a "Cidade Luz". Sem demagogia: é de Ibrahimovic, Thiago Silva, Lavezzi & companhia toda a responsabilidade de conquistar o Campeonato Francês 2012/2013, que se inicia nesta sexta-feira.
A pressão aumentou na proporção dos anúncios das contratações. Desde meados de 2011, quando o grupo Qatar Investment Authority comprou 70% das ações do PSG, chegaram na "primeira leva" o goleiro Sirigu; os zagueiros Lugano e Alex; o lateral Maxwell; os meio-campistas Thiago Motta, Sissoko, Matuidi, Ménez e Pastore; e o atacante Gameiro. Juntos, porém, eles não conseguiram quebrar o jejum que atingiu a maioridade com o vice-campeonato para o modesto Montpellier.
Há rivais?
O atual campeão é o responsável por abrir a competição contra o Toulouse, em casa. Naturalmente, deveria ser o time a ser batido caso não existissem os milhões dos qataris. Ou se não tivesse vendido o seu artilheiro, Olivier Giroud, para o Arsenal - ele foi também o maior goleador do último ano, com 21 gols. Em patamar semelhante estão o Lille, que perdeu o melhor jogador do Francês, Eden Hazard, agora no Chelsea, e o Lyon.
- Acho que teremos rivais, sim. Nenhum time é invencível, ainda mais sendo uma equipe nova, com várias contratações. Não é de cara que poderemos estar jogando bem, já 100%. Falta entrosamento. Considero o Lyon o time que vai dar mais trabalho - avaliou o meia brasileiro Nenê, artilheiro da edição passada ao lado de Giroud.
Apesar da análise de Nenê, é senso comum que o PSG é candidato com sobras a levantar o troféu em maio. Uma enquete do jornal "L'Equipe" apontou que 90% dos jogadores, técnicos e até presidentes da elite do país votaram - de forma anônima - no time da capital como campeão.
- A lógica é esssa, ainda mais com todas as contratações que fez até agora. A cada momento é uma surpresa. O time está muito acima dos outros, no papel é o mais forte sem dúvidas. Mas ainda bem que o futebol não tem regra, por isso que é tão empolgante. Nada está perdido enquanto não entrarmos em campo. Se entrar com cabeça que irá perder já é meio caminho andado para a derrota - disse o brasileiro Túlio de Melo, do Lille, que repôs a saída de Hazard com o marfinense Kalou, ex-Chelsea, e o meia Marvin Martin, da seleção e do Sochaux.
As torcidas rivais, no entanto, parecem não ligar muito. Se desistiram do título só o tempo dirá, mas ir ao estádio acompanhar um time recheado de estrelas tornou-se prioridade na temporada. O próprio Lille, por exemplo, receberá o PSG no dia 2 de setembro, pela 4ª rodada. Antes, no dia 18, pela 2ª, é a vez do Ajaccio. A expectativa é enorme.
- Está todo mundo esperando só o jogo contra o Paris. Aqui em Ajaccio abriram a procura pelos ingressos para a segunda rodada. Abriram na segunda e a procura está enorme, praticamente já esgotou. Será uma atração, uma experiência bacana, mas ao mesmo tempo uma loucura. E nós tentando pelo menos um empate para fazer a festa deles. No ano passado não tivemos nenhum jogo em horário nobre. E agora esse jogo contra o Paris já vai ser às 21h (hora local). Já saímos lucrando - afirmou o zagueiro brasileiro Felipe Saad, ex-Botafogo, que defende o Ajaccio.
'A Era PSG'?
A preocupação existe quando o assunto é hegemonia. A "Era Lyon", que viu o clube conquistar sete títulos consecutivos entre 2002 e 2008, não fez lá tão bem à Ligue 1. Talvez pelo fracasso da equipe na Liga dos Campeões, que nunca chegou a uma final diante do domínio de italianos, ingleses e espanhóis. Fato é que o Campeonato Francês ainda não emplacou e ocupa um segundo plano na Europa. Ao menos até o momento.
- Não será algo muito bom se algo parecido acontecer com o PSG. A gente praticamente já sabe quem vão ser os times que vão lutar pelo título nos outros países. E eu sempre comparava o Francês ao Brasileiro por ter vários campeões diferentes. Depois do Lyon tivemos Bordeaux, Lille e Montpellier. Isso é muito legal. O PSG trouxe um interesse maior com a vinda do Lucas, do Thiago Silva, do Ibrahimovic... - argumentou Felipe Saad.
Quando Lucas desembarcar em Paris, em dezembro - ele só poderá atuar a partir de janeiro -, possivelmente encontrará um PSG na liderança sob comando do técnico italiano Carlo Ancelotti. Mas provavelmente com o clube também estampando as manchetes políticas e econômicas, já que a discussão sobre salários e impostos tomou conta do noticiário desde a chegada de Ibrahimovic.
- Estou aqui desde 2007, aprendi sobre lei, impostos, salários e muitas taxas que os clubes têm de pagar. Há um controle rígido financeiro. Isso sempre afastou muitas estrelas daqui. Por isso muitos preferem Inglaterra, Itália, onde recebem um salário líquido maior. Um time aqui endividado cai para a Quarta Divisão. Lá na Inglaterra não acontece isso, é só ver a dívida do Manchester. Mas aí chegou um árabe e comprou o time. Achava que não iria acontecer, mas mudou a visão sobre o país - finalizou Saad.
Para muitos, é o início de uma supremacia na França. Mas com sotaque árabe e sul-americano.
Confira a 1ª rodada completa:
Sexta-feira
Montpellier x Toulouse
Sábado
Nancy x Brest
Nice x Ajaccio
Paris Saint-Germain x Lorient
Rennes x Lyon
Saint-Étienne x Lille
Sochaux x Bastia
Évian x Bordeaux
Troyes x Valenciennes
Domingo
Reims x Olympique de Marselha
Zlatan
Ibrahimovic posa em frente à Torre Eiffel no dia de sua apresentação:
com muitas estrelas e milhões de euros, Paris Saint-Germain caminha para
se tornar um 'cartão postal' da 'Cidade Luz' (Foto: Reuters)
A pressão aumentou na proporção dos anúncios das contratações. Desde meados de 2011, quando o grupo Qatar Investment Authority comprou 70% das ações do PSG, chegaram na "primeira leva" o goleiro Sirigu; os zagueiros Lugano e Alex; o lateral Maxwell; os meio-campistas Thiago Motta, Sissoko, Matuidi, Ménez e Pastore; e o atacante Gameiro. Juntos, porém, eles não conseguiram quebrar o jejum que atingiu a maioridade com o vice-campeonato para o modesto Montpellier.
Há rivais?
Um novo Paris Saint-Germain | |||
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Temporada | 2011/2012 | 2012/2013 (em andamento) | |
Gastos | € 108 milhões (cerca de R$ 268 milhões) | € 143 milhões (cerca de R$ 355 milhões) | |
Principais reforços | Pastore, Thiago Motta, Ménez, Alex, Gameiro | Ibrahimovic, Lavezzi, Thiago Silva, Lucas, Verratti |
O atual campeão é o responsável por abrir a competição contra o Toulouse, em casa. Naturalmente, deveria ser o time a ser batido caso não existissem os milhões dos qataris. Ou se não tivesse vendido o seu artilheiro, Olivier Giroud, para o Arsenal - ele foi também o maior goleador do último ano, com 21 gols. Em patamar semelhante estão o Lille, que perdeu o melhor jogador do Francês, Eden Hazard, agora no Chelsea, e o Lyon.
- Acho que teremos rivais, sim. Nenhum time é invencível, ainda mais sendo uma equipe nova, com várias contratações. Não é de cara que poderemos estar jogando bem, já 100%. Falta entrosamento. Considero o Lyon o time que vai dar mais trabalho - avaliou o meia brasileiro Nenê, artilheiro da edição passada ao lado de Giroud.
Apesar da análise de Nenê, é senso comum que o PSG é candidato com sobras a levantar o troféu em maio. Uma enquete do jornal "L'Equipe" apontou que 90% dos jogadores, técnicos e até presidentes da elite do país votaram - de forma anônima - no time da capital como campeão.
- A lógica é esssa, ainda mais com todas as contratações que fez até agora. A cada momento é uma surpresa. O time está muito acima dos outros, no papel é o mais forte sem dúvidas. Mas ainda bem que o futebol não tem regra, por isso que é tão empolgante. Nada está perdido enquanto não entrarmos em campo. Se entrar com cabeça que irá perder já é meio caminho andado para a derrota - disse o brasileiro Túlio de Melo, do Lille, que repôs a saída de Hazard com o marfinense Kalou, ex-Chelsea, e o meia Marvin Martin, da seleção e do Sochaux.
Carlo Ancelotti com os argentinos Lavezzi e Pastore: sotaque sul-americano (Foto: AFP)
As torcidas rivais, no entanto, parecem não ligar muito. Se desistiram do título só o tempo dirá, mas ir ao estádio acompanhar um time recheado de estrelas tornou-se prioridade na temporada. O próprio Lille, por exemplo, receberá o PSG no dia 2 de setembro, pela 4ª rodada. Antes, no dia 18, pela 2ª, é a vez do Ajaccio. A expectativa é enorme.
- Está todo mundo esperando só o jogo contra o Paris. Aqui em Ajaccio abriram a procura pelos ingressos para a segunda rodada. Abriram na segunda e a procura está enorme, praticamente já esgotou. Será uma atração, uma experiência bacana, mas ao mesmo tempo uma loucura. E nós tentando pelo menos um empate para fazer a festa deles. No ano passado não tivemos nenhum jogo em horário nobre. E agora esse jogo contra o Paris já vai ser às 21h (hora local). Já saímos lucrando - afirmou o zagueiro brasileiro Felipe Saad, ex-Botafogo, que defende o Ajaccio.
'A Era PSG'?
A preocupação existe quando o assunto é hegemonia. A "Era Lyon", que viu o clube conquistar sete títulos consecutivos entre 2002 e 2008, não fez lá tão bem à Ligue 1. Talvez pelo fracasso da equipe na Liga dos Campeões, que nunca chegou a uma final diante do domínio de italianos, ingleses e espanhóis. Fato é que o Campeonato Francês ainda não emplacou e ocupa um segundo plano na Europa. Ao menos até o momento.
Thiago Silva se apresentará ao PSG após a disputa
das Olimpíadas com a Seleção (Foto: Mowa Press)
das Olimpíadas com a Seleção (Foto: Mowa Press)
- Não será algo muito bom se algo parecido acontecer com o PSG. A gente praticamente já sabe quem vão ser os times que vão lutar pelo título nos outros países. E eu sempre comparava o Francês ao Brasileiro por ter vários campeões diferentes. Depois do Lyon tivemos Bordeaux, Lille e Montpellier. Isso é muito legal. O PSG trouxe um interesse maior com a vinda do Lucas, do Thiago Silva, do Ibrahimovic... - argumentou Felipe Saad.
Quando Lucas desembarcar em Paris, em dezembro - ele só poderá atuar a partir de janeiro -, possivelmente encontrará um PSG na liderança sob comando do técnico italiano Carlo Ancelotti. Mas provavelmente com o clube também estampando as manchetes políticas e econômicas, já que a discussão sobre salários e impostos tomou conta do noticiário desde a chegada de Ibrahimovic.
- Estou aqui desde 2007, aprendi sobre lei, impostos, salários e muitas taxas que os clubes têm de pagar. Há um controle rígido financeiro. Isso sempre afastou muitas estrelas daqui. Por isso muitos preferem Inglaterra, Itália, onde recebem um salário líquido maior. Um time aqui endividado cai para a Quarta Divisão. Lá na Inglaterra não acontece isso, é só ver a dívida do Manchester. Mas aí chegou um árabe e comprou o time. Achava que não iria acontecer, mas mudou a visão sobre o país - finalizou Saad.
Para muitos, é o início de uma supremacia na França. Mas com sotaque árabe e sul-americano.
Lucas será mais um brasileiro no Paris Saint-Germain. Mas só a partir de janeiro (Foto: Reuters)
Confira a 1ª rodada completa:
Sexta-feira
Montpellier x Toulouse
Sábado
Nancy x Brest
Nice x Ajaccio
Paris Saint-Germain x Lorient
Rennes x Lyon
Saint-Étienne x Lille
Sochaux x Bastia
Évian x Bordeaux
Troyes x Valenciennes
Domingo
Reims x Olympique de Marselha
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