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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Em ‘caldeirão de Varsóvia’, Polônia e Grécia empatam em jogo agitado

   Com forte apoio da torcida que lotou o estádio Nacional, donos da casa saem na frente, mas entregam empate após falha de goleiro do Arsenal

Por Marcos Felipe Direto de Varsóvia, Polônia


   Polônia e Grécia não são seleções famosas por um futebol de alto nível. No entanto, fizeram na abertura da edição 2012 da competição uma partida digna de gigantes e com emoção de sobra. No moderno e lotado Estádio Nacional de Varsóvia, os donos da casa contaram com forte apoio da torcida, saíram na frente, mas acabaram permitindo o empate helênico no segundo tempo: 1 a 1.
   Foram dois gols parecidos, com falhas dos goleiros. O da polônia teve Lewandowski, principal destaque do time, eleito craque da partida, como autor. O da Grécia foi feito por Salpingids. Os helênicos ainda perderam um pênalti.
   O resultado, válido pela primeira rodada do Grupo A, manteve o incômodo tabu para os anfitriões da Euro. Nas duas últimas edições, em 2004 e 2008, Portugal e Suíça, assim como a Polônia agora, saíram sem sentir o gostinho da vitória em seus domínios.

Torcida da Polônia (Foto: Agência Reuters)
Torcida da Polônia faz festa impressionante no estádio, mas sai sem vitória (Foto: Agência Reuters)
 
Caldeirão polonês
   Depois do show da cerimônia de abertura, que encantou a todos no estádio, um outro show - este nas arquibancadas. Mostrando um patriotismo impressionante, torcedores poloneses cantaram o hino de pé e segurando seus cachecóis alvirrubros.
   Para ajudar ainda mais, o estádio, com a cobertura fechada, parecia, de fato, uma panela de pressão. E nesse clima, sob um barulho ensurdecedor dos fãs que não paravam de gritar “Polska, Polska, Polska”, a seleção da Polônia começou o jogo de forma intensa, encurralando os gregos e criando oportunidades atrás de oportunidades.

Szczesny polonia x grecia eurocopa (Foto: AFP)
Goleiro Szczesny afasta uma das raras chances da
Grécia no primeiro tempo (Foto: AFP)

   A mais clara delas veio logo aos quatro minutos. O meia Murawski pegou rebote na entrada da área e obrigou o goleiro grego Kostas Chalkias a se esticar todo e espalmar para escanteio.
 
Gol do Borussia Dortmund
   Essa blitz polonesa acabou dando resultado aos 18 minutos. E numa jogada que ajudou o Borussia Dortmund a ganhar os dois últimos títulos do Campeonato Alemão: cruzamento do meia Kuba e cabeçada mortal do atacante Lewandowski.
   A dupla da equipe germânica contou também com a colaboração de Chalkias, que saiu mal do gol, permitindo que o camisa 9 polonês levasse o estádio Nacional de Varsóvia ao delírio.
 
“Jeszcze jeden!”
   O gol não diminuiu o ritmo dos donos da casa, que, sob os gritos de “Jeszcze jeden!” (uma espécie de “mais um”, em polonês), seguiram criando chances.
   E se a vida da Grécia já estava difícil – acuado, o time do técnico português Fernando Santos até conseguia ter mais posse de bola, mas só conseguia ameaçar a meta rival em esporádicas jogadas aéreas -, o árbitro Carlos Velasco Carballo complicou ainda mais no fim do primeiro tempo.


   Após contra-ataque, Murawski se jogou na frente do zagueiro Sokratis Papastathopoulos aos 44. O juizão espanhol enxergou falta na jogada e mostrou o segundo amarelo ao defensor grego que, assim como toda a equipe, saiu de campo reclamando efusivamente da arbitragem. Os helênicos ainda pediram um pênalti aos 46, alegando mão de Perquis – que não houve.

Polônia volta devagar, e Grécia empata

   Na volta para o segundo tempo, mesmo com um homem a mais, a Polônia entrou num ritmo mais cadenciado. E acabou pagando caro por isso logo aos seis minutos, curiosamente, numa jogada muito parecida com a do gol marcado na etapa inicial.
   O lateral-direito Torossidis cruzou para o centroavante Gekas. Ao tentar cortar o lance, o goleiro Szczesny, do Arsenal, se atrapalhou com o zagueiro Wasilewski e a bola sobrou para Salpingids. O atacante do PAOK, que havia entrado no intervalo na vaga de Ninis, de carrinho, empurrou para o gol vazio.
   Festa dos poucos gregos que, por instantes, calaram os barulhentos poloneses no abarrotado Estádio Nacional de Varsóvia.
   O tento sofrido deu uma leve desanimada nos anfitriões que, embora seguissem donos do jogo, viam os gregos chegarem com mais perigo do que no primeiro tempo.

Goleiro reserva salva a Polônia


   E, aos 24, o lado vermelho e branco ficou mudo. Após lançamento despretensioso, Salpingidis entrou como um raio na área e acabou derrubado por Szczesny. Pênalti tão claro que o arqueiro do Arsenal nem reclamou quando recebeu o vermelho.
   No entanto, os deuses gregos pareciam estar do lado polonês. O goleiro reserva Tyton, que entrou na vaga do meia Rybus, defendeu o pênalti cobrado pelo experiente capitão Karagounis. Delírio alvirrubro.
   Em igualdade de condições, poloneses e helênicos se lançaram ao ataque em busca do gol da vitória, que acabou não saindo. Mas, mesmo sem um vencedor, a primeira partida da Eurocopa deixou a impressão de que o torneio promete, no mínimo, muita emoção. Não por acaso, as duas equipes saíram de campo aplaudidas.

Polônia 1 x 1 Grécia
Szczęsny, Piszczek, Wasilewski, Perquis e Boenisch; Polanski, Murawski, Rybus (Tytoń), Obraniak e Kuba; Lewandowski. Chalkias, Torossidis, Papastathopoulos, A. Papadopoulos (K. Papadopoulos) e Holebas; Maniatis, Karagounis e Katsouranis; Ninis (Salpingidis), Samaras e Gekas (Fortounis).
T: Franciszek Smuda T: Fernando Santos
Gols: Lewandowski, aos 17 minutos do primeiro tempo; Salpingidis, aos seis minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Papastathopoulos, Holebas, Karagounis (Grécia). Cartões vermelho: Papastathopoulos (Grécia); Szczęsny (Polônia).
Estádio: Nacional de Varsóvia (Polônia). Árbitro: Carlos Velasco Carballo (Espanha). Público: 56.070.

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