O ano zero de Thiago Alcântara
(FIFA.com) Terça-feira 21 de junho de 2011
Ele nasceu em Bari, na Itália, cresceu em Vigo, na Espanha, e hoje faz sucesso no Barcelona. Mas nas suas veias corre sangue brasileiro, de uma mãe jogadora de vôlei e de um pai campeão do mundo com a seleção canarinha. "Na Espanha, me chamam de Willy Fog", diz Thiago Alcântara, em referência ao personagem de um desenho animado baseado em A Volta ao Mundo em Oitenta Dias, de Julio Verne. "Tenho sorte por ter vivido todas essas experiências, elas nos fazem crescer. O ruim é que você sempre deixa pessoas muito queridas pelo caminho."
Se, em princípio, o nome do jogador não indica nada, isso se deve ao hábito hispânico de dar preferência ao primeiro sobrenome, que, no Brasil, costuma ser o da mãe. Mas Thiago Alcântara é também "do Nascimento" por causa do pai, Iomar, mais conhecido como Mazinho. Campeão mundial em 1994 com o selecionado comandado por Carlos Alberto Parreira, o ex-jogador está orgulhoso do caminho traçado pelo filho primogênito e já aceita a ideia de ele vestir uma camisa de outra cor quando defender uma seleção.
"O meu pai é bem brasileiro, mas já se resignou", conta o jovem Thiago, de 20 anos. "Ele vê que a minha carreira está crescendo aqui e entende que o melhor para mim é continuar jogando pela Espanha. No começo, foi algo natural, porque sempre vivi aqui e fui entrando nas categorias de base do país. Mas, na hora em que surgiu a oportunidade na seleção principal, foi um pouco difícil de tomar a decisão."
Poderíamos dizer que este é, então, o ano zero de Thiago Alcântara. Ele acaba de se incorporar ao elenco principal do Barcelona e já inaugurou a estante de troféus com um Campeonato Espanhol e uma Liga dos Campeões da Europa. "Foi um ano fantástico", afirma. "No início, ao ser chamado para o time de cima, você pensa que é para ficar no banco, em um jogo fácil. Mas depois começa a notar que o técnico continua contando com você para as partidas difíceis e isso dá confiança. Quero ter mais oportunidades para poder mostrar o meu futebol e ajudar o grupo. Estou vivendo os melhores momentos da minha vida."
Agenda lotada
Apesar da intensidade da última temporada, o meio-campista do Barcelona ainda não pode sair de férias. Da final da Liga dos Campeões, ele foi direto à concentração da seleção sub-21, com a qual luta por uma vaga nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Na sequência, virá a Copa do Mundo Sub-20 da FIFA, que terminará quando começa a nova temporada espanhola. Enquanto se pergunta o que o destino lhe reserva — Thiago pode ser cedido por empréstimo neste ano —, ele se concentra nos desafios pelo selecionado espanhol de juniores.
Apesar da intensidade da última temporada, o meio-campista do Barcelona ainda não pode sair de férias. Da final da Liga dos Campeões, ele foi direto à concentração da seleção sub-21, com a qual luta por uma vaga nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Na sequência, virá a Copa do Mundo Sub-20 da FIFA, que terminará quando começa a nova temporada espanhola. Enquanto se pergunta o que o destino lhe reserva — Thiago pode ser cedido por empréstimo neste ano —, ele se concentra nos desafios pelo selecionado espanhol de juniores.
"Com esta seleção, vamos em busca do título", garante. "Sonhamos em conquistar a Copa do Mundo, porque já é a hora de voltar a ganhar algo de nível mundial nas categorias de base. Estarão presentes as melhores seleções: Brasil, Argentina, França, Holanda... Será difícil, disputado, mas temos chances. Esta geração é incrível, muito boa. É uma das melhores dos últimos anos."
O selecionado espanhol se classificou para a Colômbia 2011 como vice-campeão do Campeonato Europeu Sub-19 após perder da França na final. "Foi um golpe duro", relembra Thiago. "Estávamos confiantes, mas não conseguimos ficar com o título. Queremos a revanche no Mundial. Tomara que os mesmos jogadores possam estar nesse torneio."
Com a ambição típica de um jovem, Thiago Alcântara não se esconde diante da responsabilidade que vestir a camisa da atual campeã do mundo representa. "A Espanha é candidata a todos os títulos", afirma. "É a seleção mais forte do mundo, com excelentes categorias de base. A estrela de campeã mundial não gera mais pressão, mas sim motivação. O que o título fez foi mudar a mentalidade do país em geral. Descobrimos que o futebol pode nos dar muitas alegrias. Apresentamos um estilo de jogo poucas vezes visto. E para nós, que somos mais jovens, é um estímulo, porque queremos alcançar o mesmo ponto no futuro."
Por outro lado, Thiago precisará saber lidar com a pressão, já que a expectativa criada pela sua herança genética o colocou no centro das atenções desde muito cedo. Mesmo assim, ele não perde o sorriso. "Isso não me deixa tenso, estou construindo o meu próprio nome, com o meu futebol", diz. "Humildade, respeito e perseverança. É o que o meu pai me ensinou. É o melhor conselho dele, o que de melhor eu herdei."
Com esses três lemas em mente, Thiago continua progredindo. E, ainda que a sua carreira acabe de adquirir oficialmente o qualificativo "profissional", ela já começa com um prólogo impressionante, que anuncia um futuro brilhante. Está no sangue.
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