Começa a caminhada rumo ao Azteca
  Desde a primeira vez em que foi disputada, em 1985 na China, a Copa do Mundo Sub-17 da FIFA serviu de palco para o despertar de novos astros do planeta bola. No próximo sábado, 18 de junho, a 14ª edição do torneio terá início em sete cidades mexicanas, com 24 seleções e 502 jogadores sonhando em seguir os passos de jogadores que marcaram a história da competição e se tornaram grandes craques do futebol mundial, como Cesc Fàbregas, Ronaldinho, Iker Casillas e Kanu.
  A pressão pesará principalmente sobre os ombros dos jovens anfitriões, que há um ano vêm fazendo uma preparação pesada com treinos e amistosos. O técnico Raúl Gutiérrez, ex-zagueiro da seleção mexicana, conhece melhor do que ninguém a tensão vivida pelos garotos às vésperas da competição. "Temos um compromisso com o país de dar o nosso melhor", disse ao FIFA.com. "Mas este pode ser um grande momento para o México", completou, ansioso por igualar a memorável conquista de Giovani dos Santos e Carlos Vela, que levaram o país ao título de 2005 no Peru.
O fator Azteca
  Caso os donos da casa cheguem à grande decisão, o palco será nada menos que o mítico Estádio Azteca, que também receberá a disputa pelo terceiro lugar. O colossal templo da bola, situado nos arredores da Cidade do México, já serviu de cenário para duas finais de Copa do Mundo da FIFA e alguns dos momentos mais marcantes da história do futebol, como a coroação da fantástica Seleção Brasileira de 1970 e os lances de magia e malandragem de Diego Maradona contra a Inglaterra em 1986. "Não há incentivo melhor do que jogar no Azteca", sentenciou o ex-destaque da categoria sub-17 e atual astro da seleção principal do México, Giovani dos Santos, um jogador íntimo do torneio e do estádio.
  A categoria sub-17, no entanto, é imprevisível e sofre poderosa influência do nervosismo de jogadores tão jovens. Liderado por Marcelo Gracia e Carlos Fierro, o México terá de controlar a ansiedade na primeira fase, tanto contra a campeã europeia, Holanda, como diante da principal força asiática, a Coreia do Norte, para manter vivo o sonho de se consagrar no Azteca no dia 10 de junho. Já o azarão Congo, que eliminou as poderosas Nigéria e Gana nas eliminatórias africanas, também promete dar trabalho.
  O Brasil, por sua vez, é sempre favorito ao título de um Mundial que já conquistou três vezes desde 1997, tendo ainda perdido outras duas finais. Este ano, o elenco brasileiro traz jogadores que já estão dando o que falar nos clubes, com destaque para o atacante do São Paulo Lucas Piazon, que tem um pré-contrato com o Chelsea. "Não precisamos jogar bonito sempre", comentou o jovem, mandando uma clara mensagem aos adversários do Grupo F — Austrália, Costa do Marfim e Dinamarca — de que a seleção canarinho não quer apenas entreter o público, mas levar um novo troféu para casa.
  A vizinha e arquirrival do Brasil, Argentina, embora seja hexacampeã mundial sub-20, tem um histórico decepcionante no torneio sub-17. O técnico Oscar Garré espera poder levar a sua jovem seleção ao título inédito da categoria e, de quebra, pisar novamente no Azteca, onde, ao lado de Maradona, ergueu a taça da Copa do Mundo da FIFA em 1986. A França, campeã em Trinidad e Tobago 2001, pretende frustrar os planos argentinos com um grupo de jogadores revelados pelo famoso celeiro do Auxerre. A chave conta ainda com Jamaica e Japão.
Gente nova no pedaço
  O México 2011 também terá a participação de países emergentes na categoria. Panamá, Uzbequistão, Ruanda e Dinamarca, uma das seis representantes europeias, jamais disputaram um Mundial Sub-17 e certamente estarão ansiosos por surpreender os adversários na sua primeira aparição. O treinador dinamarquês, Thomas Frank, está tão otimista que chegou a dizer, meio a sério, meio de brincadeira, que "somos os brasileiros da Escandinávia e viemos para vencer".
  Já os Estados Unidos irão cruzar a sua fronteira meridional com o status de único país a ter participado de todas as 14 edições do torneio. O técnico Wilmer Cabrera, ex-jogador da seleção colombiana, pretende superar a melhor campanha americana na competição, o quarto lugar de 1999, quando Landon Donovan brilhou nos gramados da Nova Zelândia. No entanto, o treinador sabe que o objetivo primordial do seu trabalho é "preparar os futuros jogadores da seleção principal".
  A longa estrada rumo à fama e ao estrelato, trilhada por Fàbregas, Ronaldinho e cia., tem início no dia 18 de junho para os meninos do México. Torcedores nas sete cidades-sede poderão acompanhar um exuberante espetáculo de futebol, protagonizado por algumas das jovens promessas mais talentosas do mundo, assim como você, que terá todas as informações aqui no blog dos mano.