Fala e cumpre
(FIFA.com) Sexta-feira 1 de julho de 2011
O goleiro Charles é daqueles que, a cada defesa, vibra como se tivesse marcado um gol. Está sempre aos berros com os companheiros debaixo da trave. Quando o cruzeirense é abordado pela reportagem do FIFA.com, em Guadalajara, porém, sua fala é mansa, como a de todo bom mineiro. E conversar é uma coisa que, segundo o técnico Emerson Ávila, ele faz muito bem, e obrigado. “Ele é um garoto que está sempre firme na hora de se posicionar diante dos jogadores, em sua participação diante do plantel, e fala muito bem com os outros e tem um bom entendimento do jogo. Por isso, sua presença é muito importante para nosso time”, afirma.
Seja, então, por sua influência nos bastidores sobre seus companheiros, ou, mais importante, pelas grandes defesas, mesmo ficando por vezes em segundo plano diante de seus companheiros, como é de praxe na vida dos arqueiros, o jogador vem sendo uma peça fundamental na campanha da Seleção Brasileira na Copa do Mundo Sub-17 da FIFA México 2011.
“Fico grato ao Emerson Ávila por ter falado isso de mim, agradeço a ele e agradeço a confiança que ele me dá jogando. Passando essa confiança, só fico mais tranquilo para fazer o meu trabalho”, afirma o goleiro. “Venho superando muitos desafios, e agora estou passando por uma boa fase, que eu pretendo estender por longa data, e continuar assim. Dou Graças a Deus por esse momento, e espero que isso dure bastante, para ajudar a equipe nas quartas de final.”
Vocação e reflexo
Charles afirma que a predisposição ao contato com os parceiros de equipe vem desde “pequeno, dos tempos de escolinha”. Deu bastante tempo, então, de treinar discursos e saber o momento certo e o que escolher de mensagem na hora de se posicionar. O que não passou batido pelo técnico, com quem trabalha anualmente no Cruzeiro também. “Os jogadores escutam, sim. Quando falo com eles, já ficam todos atentos”, afirma.
Charles afirma que a predisposição ao contato com os parceiros de equipe vem desde “pequeno, dos tempos de escolinha”. Deu bastante tempo, então, de treinar discursos e saber o momento certo e o que escolher de mensagem na hora de se posicionar. O que não passou batido pelo técnico, com quem trabalha anualmente no Cruzeiro também. “Os jogadores escutam, sim. Quando falo com eles, já ficam todos atentos”, afirma.
O curioso é que o jogador não é o capitão na Seleção – a tarja fica com o volante Marlon Bica, do Internacional –, nem mesmo no seu clube. Ele prefere dar os seus recados pontuais, mas sem encarar muita responsabilidade. Pois, como o único jogador do time que usa luvas e o uniforme de uma cor diferente, já tem atribuições até demais para cuidar. O que, no torneio mexicano, ele vem cuidando bem demais.
Em quatro jogos disputados em Guadalajara, Charles, de 1,86m, passou três sem levar nenhum gol. Não que não tenha sido exigido: na vitória na estreia contra a Dinamarca, ele foi o único jogador citado por Ávila durante toda a sua entrevista coletiva. “Nosso goleiro fez uma grande partida”, reconheceu o treinador. “É um goleiro que, embora não tenha de repente a altura desejada na posição, tem um jogo seguro e rápido.”
Para manter esse reflexo apurado, o goleiro deu provas de que uma dedicação extra é necessária. No intervalo da vitória contra o Equador, nas oitavas, ele ficou trabalhando em campo com os reservas Uilson e Jacsson por um período estendido, enquanto os jogadores de linha estavam no vestiário. “Temos de ter essa disposição. Ganhamos ritmo, e é importante também não desligar. Tem de ficar bem ligado, porque no intervalo a gente pode ficar com alguma coisa, que não quer levar para o jogo. Então, é melhor trabalhar ali”, avalia.
Só o artilheiro
Até agora, Charles apenas não conseguiu parar, mesmo, o artilheiro do torneio, o marfinense Souleymane Coulibaly, que anotou três gols no grande duelo entre os países pela primeira fase. O brasileiro afirmou que aceitou o fato com naturalidade. “Não foi uma surpresa levar gol do artilheiro do campeonato, não. É mérito dele, que soube fazer no momento certo. Mas também temos de ver o mérito nosso, a qualidade que a gente tem.”
Até agora, Charles apenas não conseguiu parar, mesmo, o artilheiro do torneio, o marfinense Souleymane Coulibaly, que anotou três gols no grande duelo entre os países pela primeira fase. O brasileiro afirmou que aceitou o fato com naturalidade. “Não foi uma surpresa levar gol do artilheiro do campeonato, não. É mérito dele, que soube fazer no momento certo. Mas também temos de ver o mérito nosso, a qualidade que a gente tem.”
Passada as oitavas de final, Charles sabe que o Brasil ainda está no páreo, com próximo duelo marcado para o domingo, contra o Japão, em Querétaro, enquanto o atacante da Costa do Marfim se despediu da competição com os seus nove gols marcados, após o revés de virada para a França. Sobra mais tempo para ele testar a garganta: “Eu pretendo ainda falar muito até o fim do torneio”, avisa.
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