Já está virando uma tradição no Campeonato Brasileiro. Você pode esperar o equilíbrio na disputa pelo titulo, a revelação de novos talentos e uma arrancada do Fluminense. Pelo terceiro ano consecutivo, o time das Laranjeiras vem empolgando sua torcida com uma série excepcional de resultados que pode lhe colocar na briga pelo bicampeonato nacional.
   Em 2009, sob o comando de Cuca, o Flu emplacou uma sequência incrível na últimas rodadas para se livrar do rebaixamento, enquanto avançava, paralelamente, à final da Copa Sul-Americana. Na temporada passada, com Muricy Ramalho, o time teve oito jogos de invencibilidade na retomada do campeonato apos a Copa do Mundo da FIFA África do Sul 2010 e se posicionou de modo privilegiado para levar a taça no final. Agora, com Abel Braga, a equipe acumula cinco vitórias nas últimas seis rodadas, pela melhor campanha do returno.
   “Esperamos, pouco a pouco, chegar cada vez mais próximos aos primeiros colocados. Os ponteiros têm tropeçado e isso permite que as equipes um pouco abaixo na tabela sonhem com o título. Espero que possamos repetir o bom desempenho do ano passado e chegar forte na briga”, afirmou o atacante Fred, ao FIFA.com, antes de ter anotado dois gols na vitória sobre o Avaí, nesta quarta-feira. No sábado, ele vai a campo contra o Atlético Paranaense para completar o centésimo jogo pelo clube, podendo também alcançar outra marca expressiva: o gol de numero 200 na carreira.
Identidade
    Embora o time possa ter passado por uma turbulência no primeiro turno, em nenhum momento sua situação foi dramática com a de dois anos atrás, quando os torcedores tricolores se habituaram a tratar os jogadores como “guerreiros”, pela disposição que mostraram em lutar até o fim contra uma queda à Série B que parecia inevitável. Em que pese as trocas de treinadores e a mudança gradativa no elenco – da base daquela equipe, além de Fred, há mais seis remanescentes: Gum, Diguinho, Digão, Diogo, Marquinho e  Mariano –, esse espírito ainda está presente e faz a diferença por uma nova guinada.
   “Nosso grupo, além de muito qualificado, é trabalhador e está disposto a dar a vida em campo. Esse é um diferencial que temos e precisamos manter. O nosso plantel, apesar de mudar de forma lenta, perdeu peças importantes. No entanto, outros jogadores emergiram, mostraram que podem dar conta do recado e substituir quem saiu à altura”, avalia o centroavante. “Quando emplacamos uma boa sequência, a confiança volta e isso nos dá uma motivação ainda maior para vencer.”
   A confiança de campeão e a combatividade resgatadas agora são sublinhadas pelo técnico Abel Braga. Figura de muita identificação com o clube – foi nas Laranjeiras que ele começou no futebol, antes de defender outras camisas, como a do Paris Saint-Germain – , ele também serve com um exemplo claro dessa mentalidade. Não à toa, era conhecido como Abelão nos tempos de zagueiro. “O Abel é um espelho para todo o grupo, e é esse espírito vencedor que todos procuram absorver dele. Acho que a maior marca dele é a busca obsessiva por conquistas e vitórias”, relata Fred
Em busca do bi
    Essa busca já levou o time, a despeito da perda de Darío Conca, a deixar as posições intermediárias da tabela para se aproximar do pelotão da frente perigosamente, ocupando a quinta colocação, a seis pontos do líder Vasco. “O campeonato está muito equilibrado e acredito que os times que conseguirem uma boa sequência de vitórias terão grandes chances de conquistar seus objetivos”, completa o atacante.  
   Hoje, os jogadores tricolores afirmam publicamente que se posicionar na zona de classificação para a Copa Libertadores da América é a meta, que já está bem próxima, por sinal. Mas, com 13 jogos pela frente, ainda há tempo o suficiente para os atuais campeões prolongarem esse bom momento ou até mesmo conseguir uma nova guinada, sonhando mais alto. Algo corriqueiro na história recente do Flu.